sábado, 27 de outubro de 2007

Nos próximos dias...


Dulee Johnson (AIK Estocolmo) - O maestro liberiano do Rasunda

AIK Estocolmo - Quando os estrangeiros moldam o estilo de jogo

Chicago Fire - Onde as esperanças de Beckham caíram por terra

Defensor Sporting - De Maxi Pereira aos quartos da Sul-Americana

New England Revolution - Primeira batalha pela MLS CUP (em dúvida)

CSKA Moscovo - O declínio do império europeu de Gazzaev?

Outros
perfis individuais

Por razões profissionais, algumas das análises previstas para a semana de 22 a 27 de Outubro ficaram adiadas. A partir desta semana, deixam também de existir também os acompanhamentos regulares de todas as competições, excepto o campeonato argentino. Até 10 de Novembro será publicado o trabalho sobre o futebol argentino que também tem vindo a ser adiado

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

CRUZEIRO
A derrota no último assalto

No último domingo, no Morumbi em São Paulo, o Cruzeiro teve a derradeira oportunidade de adiar a decisão de um título que o São Paulo já parecia deter há muitas semanas. Dorival Júnior não tinha tarefa fácil, mas era a única hipótese. Se ganhasse, ficaria a oito pontos do líder com seis jornadas por disputar. Tarefa hercúlea, ainda assim.

A equipa de Belo Horizonte tem uma característica que, mesmo sem investigar, me leva a dizer que é única a nível mundial. Tem o melhor ataque com 66 golos, mas a defesa não ajuda: 50 golos e a quinta pior de um campeonato com 20 equipas.

Actuando em 4x4x2, Dorival Júnior colocou Fábio na baliza e um quarteto defensivo composto por Ângelo na direita, dupla de centrais composta por Léo Fortunato e Thiago Heleno e Fernandinho na esquerda. Léo Fortunato foi o central que mais se destacou, pela forma impetuosa, por vezes violenta, com que disputava os lances. Muito forte nos duelos, raramente deixava passar homem e bola. Já o jovem Thiago Heleno, falado no verão para o FC Porto, teve uma exibição mais discreta, com sentido posicional e boa antevisão das acções dos adversários.

Na direita, Ângelo teve de defender a bem oleada ala esquerda do São Paulo e acabou por sair ao intervalo. Sem ser demasiado interventivo no ataque, não enjeita a oportunidade de subir. No lado esquerdo, Fernandinho é mais activo e combina frequentemente com Wagner, mas teve a vantagem de não estar obrigado a tantas cautelas defensivas.

No meio-campo, dois pivots mais recuados. Charles, ligeiramente descaído para a direita, e Ramires, para o lado esquerdo, tratam de criar a ligação entre os sectores, mas com pouca responsabilidade nas jogadas ofensivas. Aí entram Wagner e Leandro Domingues. Wagner costuma ser o mais activo. Forte tecnicamente e com bom remate, é o patrão, mas foi Leandro Domingues quem jogou melhor no Morumbi. Com um estilo mais rápido e directo, procurava constantemente as desmarcações em profundidade para receber a bola nas costas dos adversários. Foram dele as melhores oportunidades do Cruzeiro.

Na frente de ataque, o bem conhecido Alecsandro e Roni. O ex-Sporting é o que já se conhece. Evoluído, para o futebol brasileiro, desde a passagem para Portugal, parece ligeiramente melhor na temporização e inteligência para cada lance. Já Roni é mais móvel a toda a largura do último terço do terreno, procurando ser base de triangulação com Wagner ou Leandro Domingues.

Além do onze que se apresentou, há ainda mais jogadores a destacar. O jovem avançado Guilherme costuma ser opção e já leva nove golos, tal como Marcelo Moreno, outro jogador de características ofensivas que conta seis golos, tantos como Wagner. O melhor é Alecsandro com dez.

Perdido o título, a presença na Libertadores é o objectivo, que ainda assim não será simples de alcançar. A equipa de Dorival Júnior desceu para o 3.º lugar, a um ponto do Palmeiras e tem Santos a um ponto e Grémio a dois. Flamengo, a quatro, também parece entrar na luta. Recorde-se que os primeiros quatro garantem a vaga.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

SÃO PAULO FC
Crónicas de um título anunciado

Há muito que o São Paulo é o anunciado campeão brasileiro, repetindo assim o título da época passada. Ainda com Muricy Ramalho no comando técnico, o São Paulo aproveita a forte consistência do onze para decidir os jogos mais equilibrados. Não joga um futebol espectáculo, não é dos melhores ataques, mas a defesa aguerrida e os pequenos pormenores fazem do São Paulo a melhor, num conceito actual, equipa no Brasil.

Rogério Ceni é o guarda-redes, mas funciona quase como um talismã. Experiente, é visto como o melhor brasileiro na posição, mas nem assim merece a confiança de Dunga. Na lista para a Bola de Ouro, Ceni mantém-se impune a tudo isso e mantém o low-profile. Os reflexos podem não ser o seu forte, mas que há a dizer de um guarda-redes cuja equipa só sofreu 12 golos em 32 jogos?

Muricy Ramalho joga com três centrais. No centro, o jovem Breno tem sido o escolhido. Forte e intempestivo no corte, é o típico central brasileiro de choque, que dá tudo a cada jogada. Limitado tecnicamente, não se aventura muito para o ataque. Descaído para o lado direito, Alex Silva, irmão de Luisão. Fisicamente semelhante ao central do Benfica, Alex é muito mais ofensivo. Gosta muito de subir pelo flanco direito e a posição de Hernanes no meio-campo dá-lhe segurança para ficar mais tempo no ataque, inclusive como ponta-de-lança à procura dos cruzamentos. Do lado esquerdo, Miranda é o central mais discreto. Não compromete.

No meio-campo, Hernanes acaba por ser o quarto defesa quando a equipa precisa. Responsável de fazer a ligação entre defesa e meio-campo, Hernanes não compromete mas também não se aventura. O lado esquerdo do meio-campo é, provavelmente, o mais interessante. Júnior, com muita experiência como lateral, gosta de ter a bola e subir com ela, mas raramente sobe pela linha, optando antes por fazer diagonais para o meio-esquerdo. Juntamente com ele nessa meia-esquerda há ainda Richarlyson e Jorge Wagner.

Richarlyson, irmão de Alecsandro, é um jogador menos ofensivo que Jorge Wagner, mas a co-existência dos três obriga o adversário a um esforço suplementar. A tarefa de criar jogo cabe não só a Jorge Wagner (que evoluiu posicionalmente desde que chegou ao São Paulo (é mais ofensivo agora), mas também a Souza, que actua preferencialmente do lado direito, juntamente com as investidas de Alex Silva.

Finalmente, na frente de ataque, há Leandro e Dagoberto. O primeiro é um avançado característico, que descai para o lado esquerdo, mas que não foge muito da área. Já Dagoberto poderia desempenhar a função de segundo avançado. Malabarista com a bola, Dagoberto não perde uma hipótese de jogar para a torcida.

No banco, e com destaque, há ainda Fernando, médio batalhador e menos criativo que o irmão Carlos Alberto, e Diego Tardelli, um avançado que surge muito bem na criação também.

KARLSRUHER SC
A revelação da Bundesliga


O Karlsruhe está a ser grande revelação da Bundesliga até ao momento. Longe dos tempos áureos em que contava com Oliver Kahn e defrontou o Boavista na UEFA, a equipa está a ter um regresso fenomental ao principal escalão do futebol alemão.

Na conjuntura actual na Alemanha, será difícil acompanhar, ou pelo menos seguir de perto, o Bayern Munique, mas o Karlsruhe integra o pelotão de equipas que segue no encalce. Antes da última jornada era 2.º classificado, mas um empate relegou-se para a 4.ª posição com 19 pontos em 10 jogos, a um ponto de Werder Bremen e Hamburgo.

A equipa de Edmund Becker tem Markus Miller na baliza, um guarda-redes de 25 anos que iniciou a carreira no Estugarda, mas que nunca teve grande destaque. Com boa estampa física, a equipa sofreu 11 golos em dez jogos.

O quarteto defensivo conta com Görlitz no lado direito, Eichner na esquerda e Eggiman e Franz no centro da defesa. Os dois laterais assumem bastante importância na estratégia ofensiva da equipa, já que actuam a todo o comprimento da ala, aproveitando as desmarcações interiores de Timm, médio-direito, e Iashvili, médio-esquerdo.

De facto, é este o conceito em que se baseia todo o futebol da equipa. Bola no pé, futebol apoiado e com pouco risco e constantes desmarcações de envolvimento: apoios recuados e pelas costas para deixar o adversário em inferioridade numérica. No centro do meio-campo, Mutzel tem um papel mais fixo, de apoio aos centrais, enquanto o italiano Porcello intervém mais no ataque, de forma a aproveitar o forte remate de longa-distância. Livre à frente dos dois, há o húngaro Tamás Hajnal. Com um excelente início de época, Hajnal é a referência nas jogadas de ataque e dono das bolas paradas, onde o central Eggiman é o mais solicitado, dada a altura.

Uma lacuna é o número de oportunidades de golo criadas. 13 golos em dez jogos torna-lhe o pior ataque dos primeiros sete classificados. Incapazes de desequilibrar frequentemente com a bola controlada, o Karlsruhe faz do ataque rápido a principal arma. Porcello é rápido a progredir no terreno, juntando-se aos outros quatro jogadores, o que permite não só criar superioridade, como circular rapidamente a bola, tornando a jogada ainda mais difícil de defender.

BORUSSIA MÖNCHENGLADBACH
O líder da 2. Bundesliga

Com dez jornadas disputadas, o histórico Borussia Mönchengladbach já demonstra que não quer prolongar a estadia da 2. Bundesliga depois da despromoção da época passada. A equipa orientada pelo holandês Jos Luhukay, que teve um percurso modesto enquanto jogador, está na liderança no campeonato com 21 pontos em dez jogos.

Ontem, tinha a oportunidade de dilatar ainda mais a vantagem na recepção ao Köln de Christopher Daum, mas o jogo não correu como o planeado. Depois de um nulo ao intervalo, Neuville adiantou a equipa da casa, mas o Köln conseguiu virar o jogo, mesmo a jogar com dez. O empate acabou por chegar, mas não deixa de ser uma oportunidade perdida.

O Borussia alinhou com o guarda-redes Heimeroth na baliza. Alto e com presença na baliza, poderia ter feito melhor. No primeiro golo, o avançado cabeceia sem oposição, mas no segundo Heimeroth deixou a bola passar por baixo do corpo. Falta de concentração, provavelmente.

Nas laterais, actuaram Levels e Voigt, enquanto Brouwers e Daems formaram a dupla de centrais. Jogando em linha, são surpreendidos quando os adversários se desmarcam bem nas costas e não caem no fora-de-jogo. A atacar, destaque para a presença de Daems nos lances de bola parada. A altura dá-lhe um estatuto de referência e uma dor de cabeça para o adversário. Ontem, marcou o segundo golo na sequência de um livre.

O meio-campo, em losando, tem em Paauwe o jogador mais defensivo. Com uma longa carreira na Holanda, Paauwe actua como principal médio de cobertura, o primeiro apoio aos restantes jogadores do meio-campo: Ndjeng pela direita, Marin pela esquerda e Rösler como vértice ofensivo. Ndjeng gosta de seguir pela linha e procurar o cruzamento. Sem as aptidões técnicas de Marin, que prefere apostar no 1x1 e jogar mais pelo miolo do terreno. Já Rösler, o terceiro melhor marcador da equipa com quatro golos, tem liberdade a toda a largura do terreno, sempre à procura de últimos passes decisivos para a dupla de atacantes: Neuville e Friend.

Friend é o melhor marcador da equipa, seis golos, e actua como referência fixa. Beneficiando dos cruzamentos de Ndjeng e das movimentações de Neuville. O pequeno internacional alemão gosta muito de sair para o lado esquerdo e penetrar na área a partir daí. Com cinco golos, Neuville é mais que um simples marcador, mas também um assistente.

Se nada de excepcional acontecer, a Bundesliga na próxima época voltará a ter a histórica equipa alemã que se destacou durante a década de 70.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Torneo Apertura - Jornada 14

O Independiente perdeu a liderança depois do desaire em casa do San Lorenzo e o grande beneficiado acabou por ser o Lanús, que está agora no topo com dois pontos de vantagem. O River Plate voltou a vencer fora, enquanto o Boca Juniors não aproveitou a oportunidade e empatou em casa com o Estudiantes.



Independiente-San Lorenzo, 1-2. Num dos muitos clássicos de Buenos Aires, a equipa de Pedro Troglio foi surpreendida e perdeu a liderança. Germán Denis (16 golos em 14 jornadas e a quatro do recorde de Palermo) ainda conseguiu reagir ao golo inaugural de Adrian González, mas na segunda parte Ortiz deu a vitória ao San Lorenzo.

Boca Juniors-Estudiantes, 1-1. Depois da derrota no Superclásico, a equipa de Miguel Russo não entrou bem e sofreu no primeiro minuto. Palermo ainda amenizou o resultado, mas tudo se complica. Começam a ser demasiados desaires nos últimos campeonatos.

Lanús-San Martín, 2-0. É o novo líder do campeonato e com dois pontos de avanço. A equipa onde joga Bossio não deu hipóteses e manteve a regularidade caseira. Poderá ser caso sério se acreditar que é possível. Valeri e Blanco marcaram os golos.

Gimnasia LP-River Plate, 0-2. Há muito que Passarella não vivia um ambiente tão sereno. Buonanotte abriu o marcador e o colombiano Falcao fixou o resultado final. O líder ainda está a cinco pontos, mas o Boca Juniors só está a dois. E os quartos-de-final da Sul-Americana continuam em aberto.

Tigre-Arsenal, 2-0. Ninguém dava nada pelos "felinos" no princípio de época, mas tem galgado lugares e já é vice-líder. O Arsenal não é um adversário fácil, mas não teve argumentos.

Olimpo-Banfield, 1-1. O guarda-redes do Banfield é o destaque natural, mesmo que apenas a marcar penáltis. Frente ao Olimpo, empatou a partida e subiu a conta pessoal para cinco tentos.

Colón-Gimnasia Jujuy, 0-1. A equipa de San Salvador de Jujuy está definitivamente em ascenção. O golo de Loeschbor a cinco minutos do fim deu mais três pontos ao Gimnasia que já é 10.º.

Rosario Central-Vélez Sarsfield, 0-2. La Volpe voltou a ganhar no terreno do aflito Rosario Central. A equipa rosarina não está bem e o técnico Carlos Ischia poderá ser o próximo a abandonar. 10 pontos em 14 jogos é mau, muito mau e já está nos lugares de descida no Promedio.

Argentinos Juniors-Racing, 1-0. Néstor Gorosito demorou, mas conseguiu recolocar a equipa a jogar bom futebol e a amealhar pontos. Frente a um débil Racing, um golo de Peñalba à hora de jogo foi suficiente para a vitória.

Huracán-Newell's, 3-1. Osvaldo Ardiles é outro treinador com o mesmo sucesso de Gorosito. O Huracán tem subido na tabela e soma 19 pontos em 14 jogos. Frente à equipa rosarina, o Huracán começou a perder com um golo de Schiavi, mas Franco Mendoza, autogolo de Schiavi e o jovem Franzóia conseguiram a remontada.

Cá na Europa

ESPANHA. Os grandes rivais, Real Madrid e Barcelona, foram derrotados por Espanyol e Villarreal, respectivamente. No Montjuic houve mesmo oportunidade para dois grandes golos. Um pela beleza do gesto técnico, o de Tamudo, e o outro pela "estranha" capacidade concretizadora e dificuldade de Sérgio Ramos. O Atlético Madrid parece ter encarrilado e deu "chapa 4" no Saragoça, com Maxi Rodriguez a bisar.

INGLATERRA. Vitórias de Arsenal, Manchester United, Chelsea e Liverpool. Destaque para o último que venceu o dérbi da cidade frente ao Everton, mesmo apesar das dificuldades e do golo de desvantagem. O City de Eriksson não desarma e mantém-se entre os lugares cimeiros.

ITÁLIA. Inglaterra já deu oito, Alemanha já deu nove, desta vez foi o Calcio a dar um jogo com oito golos. AS Roma e Nápoles protagonizaram o jogo grande com emoção até ao fim. O AC Milan foi surpreendido em casa pelo Empoli, Juventus e Inter venceram à tangente o Génova e o Reggina.

ALEMANHA. O Bayern mantém o passeio para o título, apesar do Bochum ter chegado a surpreender. Schweinsteiger saiu do banco para resolver e dar mais uma vitória. O Estugarda, sem Fernando Meira, continua nas ruas da amargura e perdeu em Hamburgo (1-4). O Schalke empatou e o Werder Bremen venceu 3-2 com mais um golo de Hugo Almeida.

FRANÇA. O Lyon está mesmo a entrar no caminho certo no Championnat, mas o jogo frente ao Estugarda vai decidir o futuro na Champions. O Marselha, adversário do FC Porto, venceu o Lens por 1-0.

OUTROS. O Celtic foi humilhado no dérbi de Glasgow e perdeu por 0-3 com o Rangers. Adversários ucranianos, Dínamo e Shakhtar, venceram, enquanto o Besikitas virou uma desvantagem de dois golos para conquistar mais três pontos. Na Holanda, o Ajax voltou a perder terreno ao empatar em casa com o NEC e o AZ Alkmaar foi traído no último minuto por Afonso Alves (Heerenveen). Na Suécia, o campeonato está ao rubro quando falta apenas uma jornada. Djurgärden e IFk Gotemburgo venceram nos terrenos do Halmstads e AIK Estocolmo e estão empatados, com vantagem para os de Gotemburgo. A um ponto, e atento, segue o Kalmar.

domingo, 21 de outubro de 2007

#10 - Amauri

O avançado brasileiro ao serviço do Palermo, Amauri Oliveira de Carvalho, tem andado nas bocas do mundo recentemente. A forma como despontou no campeonato italiano foi alvo de interesse dos grandes clubes europeus e, já neste verão, Liverpool, Milão, Juventus e Barcelona tentaram saber junto da equipa italiana qual a disponibilidade para vender.

Fisicamente possante, Amauri é um jogador de área que sabe estar em campo, sabe jogar fora da área, utilizando bem os apoios. O instinto matador, a frieza na hora na finalização é, contudo, a maior vantagem do italo-brasileiro.

À imagem do muito que tem acontecido no futebol actual, Amauri já possui dupla nacionalidade e, tal como Mauro Camoranesi, poderá vir a jogar pela selecção de Donadoni, já que os caminhos para o escrete conhecem estranhas ligações.

Com passagens pelos suíços do Bellinzona, Amauri faz carreira no campeonato italiano desde Janeiro de 2001. Nápoles, Piacenza, Empoli e Messina, antes de dar o salto para o Chievo, equipa que o lançou para o estrelato. Depois de seis golos nas duas primeiras épocas, Amauri fez o seu máximo em 2005/2006 ao marcar 11 golos, o que lhe deu o passaporte para Palermo.

Em Palermo não desiludiu e marcou oito golos em 18 jogos. Esta época, Amauri parece de novo encaminhado para uma boa marca e leva três golos.

Esta semana foi análise...

... LA Galaxy - Quando o galáctico fica de fora

NY Red Bulls - Nas asas de Angel

Flamengo - Ibson maestro em música carioca

Vasco da Gama - O lado negro da recta final

Equador - Talento sem desequilibrador

Makukula - Os prós e os contras

Leandro Amaral (Vasco da Gama)

O clássico da crise carioca (Vasco da Gama-Botafogo)

sábado, 20 de outubro de 2007

LOS ANGELES GALAXY
Quando o galáctico fica de fora

Os Los Angeles Galaxy caíram na boca do mundo quando anunciaram a contratação de David Beckham: finalmente a equipa dava jus ao nome e contratava um dos "galácticos" europeus, um dos astronómicos jogadores de Florentino Pérez. No entanto, os Galaxy tiveram de aprender a jogar e a sobreviver mesmo sem Beckham. À partida para os dois último jogos, vinham de uma série de cinco jogos vitoriosos. No entanto, nada estava decidido, faltavam ainda, pelo menos, quatro pontos, e Beckham já marcava presença entre os convocados.

Falar dos LA Galaxy sem referir Landon Donovan é crime. De facto, não é Beckham o jogador decisivo que a equipa da Califórnia esperava ter. Donovan, de quem os portugueses não guardam boa memória desde 2002, é o grande motor da equipa. Com uma capacidade técnica impressionante, molda o estilo de jogo da equipa, marca o ritmo. Sabe quando deve jogar para o lado, quando lançar em profundidade e, mais importante ainda, é praticamente imparável quando decide levar a bola em progressão rápida. Decididamente o melhor jogador da equipa.

Actuando em 4x4x2, os Galaxy não têm alas. O veterano Cobi Jones, que abandona esta época, e Landon Donovan surgem frequentemente por lá, mas têm muito maior liberdade no centro do terreno. No entanto, a responsabilidade defensiva e de equilíbrio de sectores não lhes compete, mas sim a Vagenas e Josh Tudela. O primeiro é mais experiente, terá lugar com o regresso de Beckham, mas o "rookie" Tudela, escolhido na segunda do draft, tem estado a ganhar espaço. Sem arriscar, sem comprometer, Tudela prima pela utilidade.

Na frente de ataque, Carlos Pavon é o titular quando a equipa joga só com um ponta-de-lança, mas Glinton e Buddle espreitam a titularidade quando se joga com dois avançados. No sector defensivo, Chris Klein, um médio a jogar a lateral, ganha muita importância com as constantes subidas pelo corredor direito, algo que também acontece, mas com menos frequência com Randolph no lado contrário. No eixo da defesa, Jazic e Troy Roberts, um dos esteios da equipa.

Na baliza, costuma actuar Joe Cannon.

NEW YORK RED BULLS
Nas asas de Angel

Os New York Red Bulls já estão apurados para os playoffs da MLS, mas nem por isso facilitam nos jogos que ainda faltam. Em terceiro lugar na Conferência de Este, logo atrás de D.C. United e New England Revolution, os Red Bulls empataram os Galaxy e obrigaram-nos a uma conjuntura de resultados muito particular para conseguir lugar na próxima fase.

A principal força dos Red Bulls é o ataque. Bruce Arena, conhecido das lides da selecção, é o treinador de uma equipa que joga em 4x4x2 clássico, facilmente desdobrável para 4x2x4 a atacar. A referência incontornável no ataque é o colombiano Juan Pablo Angel. Depois de vários anos de experiência em Inglaterra, Angel aceitou o desafio de jogar na MLS e está a corresponder, sendo actualmente o melhor marcador da prova com 19 golos em 24 jogos.

A técnica que possui, a finta curta e a inteligência no posicionamento fazem dele uma mais-valia na frente de ataque, embora surja frequentemente em zonas mais recuadas para vir buscar jogo e solicitar os dois médios-alas ou o outro avançado. Com Angel no onze, o outro avançado perde necessariamente força. Wolyniek ou Sinisa Ubiparipovic nunca estiveram realmente em campo, mas os dois alas dão grande velocidade e potência à equipa.

Do lado esquerdo há Jozy Altidore. Com apenas 17 anos, foi uma das figuras da selecção no Mundial de Sub-20 e também o é em Nova Iorque. Com grande velocidade e capacidade de explosão, falta-lhe tranquilidade no trato com a bola. No outro lado Dane Richards. O "rookie" de Indiana, apesar dos 23 anos, é um dos favoritos a melhor estreante na Liga e comprova-o jogo após jogo. Excelente velocidade, capacidade de deixar o adversário para trás no 1x1 e inteligência no último passe. É um dos líderes da equipa em assistências - seis.

Na baliza, há Jon Conway, guarda-redes com bons reflexos. O quarteto defensivo é composto pelo lateral direito bastante ofensivo Hunter Freeman, dupla de centrais com Jeff Parke e Carlos Mendes e Van der Bergh ou Leitch no lado esquerdo. No centro do meio-campo, dois jogadores com características diferentes: Joe Vide é mais técnico, de passe curto e pouca progressão com bola, enquanto Seth Stammler é mais agressivo tanto a defender como a atacar, surgindo frequentemente na cabeça da área a procurar o remate.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

FLAMENGO
Ibson maestro em música carioca

O Flamengo é a equipa brasileira com mais adeptos no Brasil. O clássico carioca com o Vasco da Gama é um dos jogos mais importantes da época. Frente à equipa vascaína, a equipa de Joel Santana estava praticamente na máxima força. A excepção estava no central e capitão Fábio Luciano.

Na baliza, Bruno é um guarda-redes alto e com uma excelente estatura. O quarteto defensivo destaca-se especialmente por Léo Moura. Pelo lado direito, Léo Moura é mais que um simples defesa. No ataque é dos jogadores que mais intervém, desequilibrando nas saídas rápidas para o ataque. Quando a equipa ataca, não se intimida e gosta de ter a bola no pé. Do lado contrário, Juan também gosta de subir, mas com menos brilho que Léo Moura.

No eixo da defesa, Ronaldo Angelim está de pedra e cal, tal como Fábio Luciano mas, face o impedimento deste, foi Rodrigo Arroz a jogar. O meio-campo joga em losango. Rômulo mais atrás, Cristian e Ibson no meio e Toró na frente. Com a lesão de Rômulo logo nos minutos iniciais, Joel Santana chamou o argentino Hugo Colace, que viria a ser expulo 15 minutos depois.

Cristian ganhou nova responsabilidade defensiva. Com Rômulo, Cristian aproveita a velocidade para sair rápido para o ataque, uma das características marcantes da equipa. O médio destaca-se ainda pelo forte pontapé. Ao seu lado, Ibson é um jogador mais tranquilo, com melhor eficácia de passe e com um futebol mais pausado. Na zona atacante, Toró. Jovem promissor da formação do Fluminense, Toró destaca-se pela forma como se move, pressiona, toca, corre e joga. Frente ao Vasco, o esforço foi finalmente recompensado com um remate forte de longe após ter recuperado uma bola.

Na frente, Maxi Bianchucchi, o primo de Messi, é muito bom tecnicamente, mas fisicamente deixa algo a desejar. Ainda não se tinha mostrado quando deu lugar a Renato Augusto para equilibrar o meio-campo após a expulsão de Colace. Na frente do ataque, com Obina no banco, Souza, um avançado possante, alto e com bom jogo de cabeça, embora muito perdulário.

A quinze minutos do fim, a torcida foi ao rubro com a entrada de Obina. Segundos depois, praticamente entrou em êxtase com um lance de contra-ataque iniciado por Obina. O avançado esteve perto de marcar, mas saiu ao lado. Ainda assim, a bancada reagiu como se de um golo se tratasse. Em cima dos descontos, Obina ainda esteve perto de marcar com um excelente cabeceamento que levava selo de golo, mas terminou a beijar a barra com estrondo. Seria definitivamente um regresso em pleno.

VASCO DA GAMA
O lado negro da recta final

O Vasco da Gama vive, de há uns bons anos para cá, um período de travessia no deserto. No Brasileirão 2007 foi, durante uma boa parte do campeonato, mas a crise de resultados chegou e Celso Roth começou a ter muitas dificuldades, sofrendo na pele as queixas da torcida que, nos clássicos com Botafogo e Flamengo gritou muitas vezes “Burro!” para o treinador.

Depois de uma grande série de jogos sem vencer, o Vasco da Gama jogava com o Flamengo no Maracanã com a motivação de ter vencido o clássico com o Botafogo. A equipa de Celso Roth não criava muitas dúvidas, com Romário a marcar presença, mas no banco de suplentes.

Num esquema de 3x5x2, o guarda-redes experiente Silvio Luiz merece a confiança. Os três centrais são Vilson, Júlio Santos e Jorge Luiz, o central que mais se destaca, especialmente pela importância que assume nos lances de bola parada (decidiu de cabeça contra o Botafogo), mas também pela confiança que tem para sair para o ataque com a bola controlada.

Na ala direita, Wagner Diniz gosta muito de subir, enquanto do lado esquerdo, Rubens Junior tem ganho a corrida a Guilherme. Frente ao Vasco da Gama, o ex-jogador do FC Porto não teve inspirado e cometeu uma grande penalidade.

Numa primeira fase do meio-campo há Perdigão e Andrade. O segundo, ex Sp. Braga, já não tem nada a esconder. Perigosíssimo nas bolas paradas, não é jogador para grandes correrias. Essa transição rápida cabe a Perdigão. Não sendo um jogador brilhante tecnicamente, divide frequentemente a tarefa de criação do jogo ofensivo com o argentino Conca. Conca surge na zona de ligação entre o meio-campo e os dois jogadores mais adiantados: Marcelinho e Leandro Amaral. Cabe a Conca descobrir espaços que possam colocar os avançados em posição de golo.

Na frente, Marcelinho e Leandro Amaral têm características completamente diferentes. Marcelinho gosta mais de ter liberdade nas costas de Leandro Amaral, procurando a bola para também ele ter papel no desenho ofensivo. Acabou expulso aos 45 minutos por acumulação de amarelos.

Leandro Amaral é o grande jogador, a grande “estrela” dos vascaínos. Com dez golos no campeonato, utiliza a inteligência e maturidade para se libertar do marcador directo e ter oportunidade de marcar. Também ele procura a bola em zonas mais recuadas, mas com intuito diferente: de abrir espaços, de segurar a bola para que alguém entre na sua posição.

O grande problema da equipa parece ser a concentração, ou a falta dela. Os golos sofridos contra o Flamengo resultaram de perdas de bola infantis. Também no aspecto táctico, os dois alas – Rubens Junior e Wagner Dinis – nunca conseguiram levar a melhor sobre Léo Moura e Juan, facto preocupante tendo em conta que o Vasco joga com três centrais e o Flamengo apenas dois.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

EQUADOR
Talento sem desequilibrador

.... quando ganha conforto para espalhar-se pelo campo, o Equador joga um futebol atractivo, apoiado e com constantes trocas de bola até chegar ao ataque.


A selecção equatoriana foi uma das grandes revelações do último Mundial de futebol. Eliminando Polónia e Costa Rica no grupo A, ofereceu grande resistência à Inglaterra nos oitavos-de-final. O futebol “festivo”, rendilhado e atraente, baseado principalmente na capacidade técnica de Edison Méndez deu novo brilho a uma selecção que nunca tinha dado tão boa imagem de si numa fase final de um Mundial.

No entanto, apesar de ser uma selecção com alguns talentos, não é apenas Edison Méndez, faltam aos equatorianos desequilibrados. A selecção joga bem, é boa tecnicamente, sabe posicionar-se e correr a bola pelo campo, mas não há ninguém que acelere o jogo, que dê o toque de magia, que desequilibre. Numa comparação bacoca e quiçá desproporcionada, será a geração de ouro portuguesa, mas sem Figo, Rui Costa e João Pinto.

No Maracanã, perante um estádio lotado, os equatorianos mantiveram-se fieis aos princípios de jogo. O colombiano Luis Suárez optou por jogar num 4x4x1x1 desdobrável. A atacar seriam dois avançados, a defender cinco médios. A questão foi o domínio territorial que o Brasil impôs desde os primeiros minutos. Pressionando fundo no terreno, o Equador foi obrigado a criar jogo desde uma primeira instância. Urrutia era um médio a menos para a perspectiva ofensiva, Castillo e Ayovi pouco se viam, e Quiroz não conseguia fazer a melhor ligação a Benítez na frente. Cabia a Edison Méndez tentar fazer tudo.

Na defesa, Ulises de la Cruz pela direita é ofensivo, mas no lado contrário tinha o forte meio-campo brasileiro, Hurtado e Espinoza formam uma dupla de centrais experiente e forte fisicamente, mas vacilam quando são obrigados a avançar no terreno, acabando por ser assim que saiu o primeiro golo brasileiro. Maicon apanhou Espinoza desprevenido, ganhou na velocidade e descobriu Love na área, que só precisou de encostar. Na esquerda, Bagui não dá a mesma qualidade que Reasco.

O posicionamento recuado no meio-campo obrigou a um recuo em bloco da equipa. Benitez ficou num dilema: manter-se na frente, demasiado distante do meio-campo, mas prender a dupla de centrais ou recuar e fazer a equipa perder a referência ofensiva. Apercebendo-se da falta de eficácia na saída para o ataque, Suárez lançou Tenorio no lugar de Quiroz, apostando num 4x4x2 claro, o esquema que singrou em 2006. Para Junho do ano passado três ausentes: Luis Valencia, Reasco e Agustín Delgado, já retirado.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Notícias dos Pampas

MALAPATA NA BALIZA. Depois do veterano Navarro Montoya (Olimpo), foi a vez de Campagnuolo, guarda-redes do Racing lesionar-se com gravidade. Vai ser operado ainda hoje a uma rotura dos ligamentos cruzados anteriores e posteriores do joelho esquerdo e prevê-se que fique de fora durante oito meses. Ninguém merece tal sorte.

TÉVEZ, MARIO. O irmão de Tévez poderá estar a caminho de Manchester para seguir as pisadas de Carlos. Depois de um período experimental de 15 dias e de ter ouvido rasgados elogios de Alex Ferguson, o jogador de 17 anos poderá mudar-se de malas e bagagens. De destacar ainda que foi recomendado por Carlos Queiroz.

MODALIDADES I. O sonho argentino no Mundial de França esfumou-se diante da África do Sul. Agora, na sexta-feira, os argentinos terão a oportunidade única de garantir um lugar no pódio frente à França, a anfitriã. Pichot e companhia já derrotaram a França na competição, mas os europeus têm vindo a crescer de rendimento e não querem nova desilusão.

MODALIDADES II. Depois da participação na época passada, a Argentina vai ficar de fora da Liga Mundial de voleibol na próxima época. Dificuldades com o acordo televisivo e a antecipação da Espanha adiaram tudo por uma época.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Makukula - Os prós e os contras

Makukula foi o avançado escolhido por Luiz Felipe Scolari para substituir o lesionado Nuno Gomes. Em boa hora o fez... ou nunca o deveria ter feito? As opiniões dividem-se. Falando da qualidade do jogador e do momento de forma, o luso-congolês é de facto um avançado que poderá ser bastante útil à selecção portuguesa.

No entanto, as discussões da sua chamada transcendem o aspecto qualitativo. Ainda não há muito tempo, Ariza enfrentou um grave período de lesões sucessivas. Durante este tempo, a FPF foi pouco abonatória com o jogador que encontrou refúgio na federação congolesa. Ao que parece, magoado com a atitude portuguesa, Makukula terá decidido que abdicava de jogar por Portugal, dando primazia à República Democrática do Congo, ao abrigo de uma nova lei da UEFA.

O único problema acabou por ser a idade do avançado. Uma questão de meses levou-o a ficar sem opções. A Selecção A portuguesa parecia inalcançável e era inelegível para a RD Congo. Dois anos depois, Makukula regressou a Portugal para representar o Marítimo.

O bom início de época, comprovado por toda a crítica, levou Scolari a deslocar-se à Reboleira para assistir a um Estrela da Amadora-Marítimo. A razão? Era mais que óbvia. Menos de um mês depois, temos Makukula no Cazaquistão a dizer que cumpriu um sonho de infância.

A história soa mal, muito mal e mexe com aspectos que transcendem a simples história de jogador naturalizado ser chamado ou não. Se existe a expressão "cuspir no prato que o alimentou", Makukula deu-lhe toda uma nova dimensão de "comer no prato que cuspiu". No meio disto tudo, Portugal (e os portugueses) parecem aplaudir com um estado de amnésia selectivo que ataca em praticamente tudo o que diz respeito ao futebol.

domingo, 14 de outubro de 2007

#9 - Leandro Amaral


Leandro Amaral é um avançado que não pode ser totalmente desconhecido do futebol português. Em 1999 esteve com um pé no FC Porto, mas acabou por sair para a Itália, onde se juntou a Rui Costa na Fiorentina.

Já com 30 anos, o avançado tem hoje características diferentes do que as que tinha quando falhou a experiência europeia. Fisicamente está mais forte, mais apto ao choque e tem uma cultura defensiva que nem é muito habitual nos avançados brasileiros. É um jogador inteligente.

No entanto, é na área que mais coloca em prática a inteligência. Felino no posicionamente, sabe onde aparecer, sabe como fugir ao marcador directo para se colocar em posição privilegiada para balançar a rede. É desta forma que Leandro tem 10 golos no Brasileirão 2007... todos dentro da área.

Hoje contra o Botafogo, Leandro Amaral matou um longo jejum da equipa sem marcar. Foi mais uma vez a rapidez com que se desmarcou, como surgiu no coração da área sem oposição para rematar que fez a diferença. Apesar dos 30 anos, pode ser ainda um avançado para a Europa, a comprovar o recente interesse do Betis de Sevilha. No Rio, é um dos jogadores mais apreciados pela torcida vascaína.

CCC - Clássico da Crise Carioca


O Rio de Janeiro assistiu hoje a um dos clássicos cariocas: Vasco da Gama contra Botafogo. No Maracanã cerca de 18 mil pessoas marcaram presença para um jogo que poderia ser o regresso às vitórias para qualquer uma delas.

O Fogão não vencia desde 16 de Setembro e atravessava uma das fases mais curiosamente infelizes da época. A eliminação nos descontos da Sul-Americana provocou a saída de Cuca. Mário Sérgio pegou na equipa mas, três derrotas depois, saiu entrando de novo Cuca para o seu lugar. Relativamente ao Vasco, era necessário regressar a Agosto para a última vitória no campeonato: pelo meio houve o triunfo sobre o Lanús 3-0.

O Vasco da Gama entrou melhor e Leandro Amaral colocou a equipa de Celso Roth em vantagem, mas o Botafogo empatou durante a segunda parte. Numa altura que o Vasco jogava já com dez jogadores e Celso Roth tinha sido fortemente vaiado pela torcida, Jorge Luiz deu a vitória à equipa com um excelente cabeceamento, correspondendo a um livre marcado pelo ex-bracarense Andrade.

Curioso o capítulo disciplinar. 11 cartões amarelos, um vermelho por acumulação e um vermelho directo. E o Vasco esteve muito próximo de chegar às 45 faltas. Não investiguei, mas acredito que haja equipas inglesas que ainda não tenham tantas faltas no campeonato inteiro...

Euro 2008 - Portugal


Portugal venceu o Azerbaijão e colocou-se em posição privilegiada para garantir o apuramento para a fase final do Europeu, por incrível que pareça.

A verdade é que, com três jogos por disputar e após cinco empates e uma derrota, parece faltar apenas uma vitória a Portugal, desde que essa seja na partida com a Finlândia.

O factor Scolari funcionou como algumas pessoas pensavam. O castigo, a suspensaão, a ausência serviriam apenas para unir a equipa. A exibição não foi por aí além, mas o que conta foi a vitória, os três pontos que, em situação alguma, estiveram em causa.

Apregoam já as más-línguas que mesmo que Portugal vá ao Europeu só envergonhará o país e as campanhas anteriores. Verdade seja dita... esta é a selecção de Scolari. A selecçao de Scolari em 2006 não fez uma única partida realmente convincente, mas soube sofrer e procurar a sorte. A de 2004 esteve no "arame" até ao final, bastaria Fernando Torres ter melhor pontaria.

A verdade é que Espanha, Inglaterra e Holanda ficaram para trás. A selecção de Scolari de 2002 esteve a um fio de falhar o Mundial, esteve sem Romário, entrou com uma terrível exibição e acabou com o ouro. É a forma de Scolari fazer as coisas.

O brasileiro cometeu um erro indesculpável que dividiu ainda mais os portugueses. Não é aquela atitude que se pretende de um seleccionador nacional, mas agora que tudo está resolvido a verdade é esta: Portugal não deve falhar o apuramento.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Superclásico:
River Plate-Boca Juniors, 2-0



Índice:

1. As equipas - River Plate
2. As equipas - Boca Juniors
3. O jogo: Pressão millionaria - a importância do 5.º elemento
4. O jogo: Aposta no jogo directo perante a impotência na transição
5. O jogo: O perigo da transição rápida desaproveitada pelo Boca Juniors
6. O jogo: A liberdade de Ortega e o posicionamento de Belluschi
7. O jogo: Irreverências - A ténue linha entre ganhar e perder
8. O jogo: Risco de Russo anulou resposta
9. Os jogadores - River Plate
10. Os jogadores - Boca Juniors
11. Estatísticas

Publicação conjunta com Livre Indirecto

1. AS EQUIPAS - RIVER PLATE.

Daniel Passarella tinha a equipa praticamente na máxima força para este jogo. O chileno Alexis Sánchez há muito que estava lesionado, mas de entre os jogadores mais utilizados, não havia impedimentos. Ainda assim, o técnico decidiu dar oportunidade ao jovem Diego Buonanotte. Com apenas 19 anos, o jogador esquerdino tinha participado apenas em dois jogos até então.

Com Buonanotte no meio-campo, o sacrificado acabou por ser o avançado Marco Ruben. Passarella preferiu jogar apenas com Radamel Falcao na frente de ataque, jogando Ariel Ortega como segundo avançado, embora com principais responsabilidades a nível do meio-campo e da construção de jogo.

De resto, destaque ainda para a aposta de Juan Pablo Carrizo na baliza. Chegado há pouco tempo da Lazio, por causa de um imbróglio na transferência para Itália, o guarda-redes não estava a ter sorte e tinha 11 golos sofridos em três jogos, tantos como Ojeda, contudo, Passarella quis apostar na experiência de Carrizo em Superclásicos, onde no ano passado tinha estado muito bem.

Assim sendo, o River surgiu em campo com um 4x4x1x1: Carrizo na baliza, Ferrari e Leo Ponzio nas laterais, Tuzzio e Nicolas Sánchez no eixo da defesa; Ahumada à frente da defesa, Augusto Fernández pela direita, Buonanotte pela esquerda, Belluschi no meio atrás de Ortega e Falcao na frente.

2. AS EQUIPAS - BOCA JUNIORS.

Os xeneizes entravam com grande responsabilidade no Monumental. No ano anterior não tinham ganho nenhum clássico e, ao contrário do River Plate, estão ainda na luta pelo título do Apertura. Uma derrota poderia deixar o Independiente a cinco pontos, por isso Miguel Russo não surpreendeu e colocou o melhor onze em campo.

Desta forma, com Rodrigo Palacio completamente recuperado, a dupla no ataque foi aquela que melhores resultados tem dado nos últimos tempos. A mobilidade do ex-Banfield é um dos maiores trunfos dos xeneizes para actuar ao lado de Palermo, embora esta época tenha apenas dois golos. Palermo, por seu turno, continua com a veia goleadora no máximo e é o melhor marcador da equipa com sete golos.

No meio-campo, Leandro Gracián era o jogador mais experiente por um lado (25 anos), mas também aquele que há menos tempo está no clube. Pablo Ledesma, jogador com grande maturidade para a idade que tem (23) era o pêndulo no eixo do terreno, juntamente com Banega. Gracián dividia a tarefa criativa com Neri Cardozo, um grande tecnicista, mas que este ano não tem estado tão bem como nos campeonatos anteriores, especialmente com o aparecimento de Gracián e a confirmação de Jesus Dátolo.

O Boca Juniors apresentou-se então com um 4x4x2 bastante desdobrável, já que Gracián actuava pelo meio à frente de Banega e Ledesma e Neri Cardozo surgia preferencialmente pelo lado esquerdo. A ala direita ficava abandonada à espera que Ibarra subisse pelo terreno. De resto, Caranta foi o guarda-redes escolhido, sem qualquer surpresa e o resto do quarteto era composto pelo paraguaio Morel Rodriguez na esquerda e Maidana e Paletta no meio-campo.

3. O JOGO: Pressão millionaria - a importância do 5.º elemento



Como se esperava, o River Plate começou o jogo a controlar e instalando-se no meio-campo adversário. No entanto, o inesperado foi a forma como o Boca Juniors não conseguia reagir. O meio-campo do River Plate surgia a pressionar muito à frente no terreno, evitando que o adversário conseguisse ultrapassar a linha do meio-campo com a bola controlada, conseguindo os millionarios recuperar inúmeras bolas no meio-campo ofensivo.

Porquê? Porque o meio-campo do River conseguia anular todas as formas de transição do Boca. Ahumada anulava Gracián, Buonanotte e Augusto Fernández anulavam as hipotéticas subidas dos laterais à vez. Quando um estava na lateral, o outro flectia para o centro e, juntamente com Ortega e Belluschi criavam superioridade sobre Ledesma e Banega. Então e Cardozo? Tal como falei no ponto 2, Cardozo surgia preferencialmente pela esquerda e não recuava o suficiente para o auxílio na construção de jogo. Encostado à linha, era presa fácil para a marcação de Ferrari.

4. O JOGO: Aposta no jogo directo perante a impotência na transição

Incapazes de conseguir levar o jogo com a bola controlada para o ataque, o Boca Juniors começou a optar por solicitar directamente Palermo e Palacio. No entanto, a defesa do River Plate não só estava em superioridade numérica, como estava num dia de grande concentração e organização defensiva.

Estávamos numa situação de quatro para três. Ferrari, Tuzzio, Sánchez e Ponzio tinham a incubência de segurar Cardozo, Palermo e Palacio. Se Cardozo estava desinsipirado, restava anular as acções dos dois avançados. Para os dois avançados havia duas formas de jogar. Palacio apostava na grande mobilidade e velocidade, surgindo ora na direita, ora na esquerda, enquanto Palermo era uma referência mais fixa na frente, capaz de disputar os lances aéreos com os adversários.

Resumindo, Palacio procurava as desmarcações diagonais nas costas da defesa, conseguindo maior sucesso quando caía no lado esquerdo, já que Ferrari tinha de dividir a marcação com Cardozo. No lado contrário, Ponzio era um jogador que não tendo adversário directo, serviria como elemento de superioridade numérica.

Já Palermo recebia as bolas directamente, recolhendo no terreno para desviar de cabeça para as entradas de Cardozo e Palacio. De facto, quando a bola era lançada para a cabeça de Palermo, notava-se a preocupação imediata de Cardozo e Palacio em aparecer nas costas do avançado.

5. O JOGO: O perigo da transição rápida desaproveitada pelo Boca Juniors

A pressão exercida pelo meio-campo do River Plate tolheu a capacidade de criatividade do Boca Juniors, mas deve ter afectado também o raciocínio de Miguel Russo. O problema do River Plate no campeonato tem sido principalmente o espaço que a defesa dá para o meio-campo, bem como a lenta recuperação em lances de contra-ataque. Os quatro golos sofridos contra Tigre e Argentinos Juniors comprovam-no.

Das poucas vezes que Gracián, Ledesma ou mesmo Ibarra conseguiam ultrapassar o adversário e entrar no meio-campo adversário criava-se uma situação de apuros para a defesa millionaria. No entanto, dois factores impediram o Boca Juniors de ter resultados práticos. Primeiro, a incapacidade de percepção dessa vantagem e a insistência em optar pelo futebol directo e desapoiado. Segundo, a fraca eficácia de último passe aliada à concentração e capacidade de antecipação da defesa do River Plate.

Os 20/25 metros entre a defesa e o meio-campo era propícia ao ataque rápido/contra-ataque, mas a equipa nunca esteve montada para tal. Cardozo estava escondido na esquerda e todo o meio-campo estava condicionado pelo ímpeto que o River Plate deu ao jogo.

6. O JOGO: A liberdade de Ortega e o posicionamento de Belluschi



Ao colocar Ortega como "segundo avançado", Passarella estava a dar ao Burrito a hipótese de decidir a partida, caso este assim o quisesse. E quis. Ortega jogou nas suas sete quintas, deambulando pelo meio-campo e pelas alas sem preocupações excessivas. Aliado à fenomenal capacidade técnica do "10", estava meio caminho andado para a vitória. Foi a maior dor de cabeça para os xeneizes: capaz de encontrar formas de sair de pressão e espaços onde não pareciam existir, Ortega não só resolvia como maravilhava os adeptos.

Por outro lado, o posicionamento de Belluschi também foi evoluindo. A equipa estava tão adiantada que quase não era necessário haver alguém no eixo. Ortega tratava de o fazer, juntamente com Ahumada que, apesar de discreto durante todo o encontro, funcionava como a perfeita cobertura ofensiva para virar a direcção do ataque. Assim, Fernando Belluschi actuava muito descaído para o lado esquerdo, quase que em cima de Buonanotte. Não só o jovem tinha mais apoio, como Ibarra estava condenado a não conseguir sair para o ataque. De resto, era Belluschi quem aparecia na cabeça-da-área para a segunda bola.

7. O JOGO: Irreverências - A ténue linha entre ganhar e perder

Irreverência e juventude estão, na maior parte das vezes, de mão dada. Tanto de um lado como do outro, havia dois jovens que partilhavam estes atributos: Diego Buonanotte e Ever Banega. No entanto, tiveram grandes diferenças de desempenho nesta partida.

Buonanotte era a grande surpresa no onze do River Plate. Estreava-se num jogo de tão grande importância e nem era um habitual na equipa. No entanto, soube aproveitar a motivação e a irreverência para arrancar para uma excelente partida. Sem ser fisicamente forte, Buonanotte evidenciou excelentes capacidades no 1x1, dificultando em muito a marcação de Ibarra. Considerado como um novo Messi pelos adeptos do River, Buonanotte saiu durante a segunda parte fortemente aplaudido pelo estádio.

Ever Banega já não é propriamente uma surpresa, nem tão pouco uma revelação. Desde que Fernando Gago saiu para Madrid, foi Banega quem foi "obrigado" a pegar na herança. Campeão mundial no Canadá, Banega tem uma característica que o torna "não tão bom jogador". A impetuosidade e a imprudência. Frequentemente amarelado, Banega condiciona durante a primeira parte o resto das exibições. Frente ao River, viu o primeiro amarelo aos 20 minutos ao fazer uma falta dura na sequência de uma perda de bola infantil.

Amarelo escusado, especialmente tendo em conta que quando foi mesmo obrigado a fazer uma falta útil...acabou expulso. Provavelmente, a derrota seria certa na mesma, mas retirou capacidade de reacção ao Boca Juniors na segunda parte.

8. O JOGO: Risco de Russo anulou resposta

Para a segunda parte, Russo corrigiu a expulsão de Banega com a entrada de Battaglia para o lugar de Gracián. Desta forma, Battaglia jogava mais recuado, com Ledesma, numa primeira fase, e Neri Cardozo a tratarem do meio-campo ofensivo. Ou seja, Russo mexeu no meio-campo, mas mantave o ataque inalterado.

Este terá sido, porventura, um grande erro. Russo não fez mais que manter o mesmo esquema da primeira parte que tão bem o River Plate estava a anular, mas com uma diferença... menos um jogador no meio-campo. Assim, não foi surpresa nenhuma a forma como o River Plate se limitou a controlar os segundos 45 minutos, sem que o Boca Juniors conseguisse criar jogadas de perigo, pondo em causa o vencedor da partida.

9. OS JOGADORES - RIVER PLATE

ARIEL ORTEGA (5). O melhor jogador em campo. Teve a liberdade que pretendia para fazer tudo e mais alguma coisa. Imparável no 1x1, visão de jogo sobrenatural e excelente capacidade de passe. Foi o Ortega dos velhos tempos que surgiu no Monumental, para gáudio dos millionarios.

JP Carrizo (3). Mereceu a aposta de Passarella. Apesar de ter sofrido 11 golos nos três jogos anteriores, Carrizo esteve seguro durante toda a partida, conseguindo anular perfeitamente as (poucas!) ocasiões de remate que o Boca Juniors teve.

Paulo Ferrari (3). Teve Neri Cardozo pela frente durante grande parte do encontro e apenas sentiu dificuldades quando Palacio surgir no seu raio de acção ou quando Morel Rodriguez subiu. Ainda assim, exibição muito segura.

Nicolás Sánchez (4). Esteve simplesmente inultrapassável, juntamente com o companheiro da defesa. Palacio e Palermo foram uma das melhores duplas de avançados na Argentina, mas para Sánchez foi fácil. Muita concentração e capacidade de antecipação resolveram as coisas.

Eduardo Tuzzio (4). Tal como Sánchez. A concentração e a antecipação serviram de remédio para parar a dupla do Boca Juniors. Perante o possante Palermo, Tuzzio recorreu à experiência para anular o perigo. Com sucesso.

Léo Ponzio (2). Se não comprometeu a defender, até porque raramente tinha alguém para marcar, também não esteve por ai além em funções ofensivas. Limitou-se a cumprir.

Óscar Ahumada (2). O elemento do meio-campo mais discreto. Não esteve mal, mas poderia ter estado melhor. Conseguiu passar quase todo o encontro sem se dar por ele, e poderia ter ajudado a tornar a equipa mais coesa, dada a distância entre defesa e meio-campo.

Augusto Fernández (1). É pretendido pelo Real Madrid, mas fez um jogo muito, muito apagado. Ofuscado por Buonanotte, o lado direito só ganhou expressão quando Ortega surgiu nas imediações.

Fernando Belluschi (4). Esteve bem. Não tem tido a época que esperava, mas no Superclásico cumpriu em pleno. Perigoso a atacar, conseguiu ser o suporte de Buonanotte e um dos grandes responsáveis pela anulação de Ibarra.

Diego Buonanotte (4). Era a grande incógnita no onze titular, mas correspondeu bem e com brilho. Deixou Ibarra com a cabeça em água, perante a velocidade de movimentos e execução. Forte tecnicamente, ganhou a grande penalidade para o segundo golo do encontro.

Radamel Falcao (4). Voltou a ser um dos heróis millionarios. Botafogo, Rosario Central e Boca Juniors. O jovem colombiano parece talhado para os jogos em casa. Sozinho na frente, chegou para importunar e prender os dois centrais. O primeiro golo é, acima de tudo, um pontapé de raiva de quem sabia que ia deixar milhares de espectadores em delírio.

Matías Abelairas (1). Entrou durante a segunda parte para o lugar do desinspirado Fernández. O jogo estava controlado e não precisou de "entrar" no jogo.

Andrés Rios e Mauro Rosales (0). Entraram nos minutos finais para permitir as homenagens a Buonanotte e Ortega.

10. OS JOGADORES - BOCA JUNIORS.

MOREL RODRIGUEZ (3). Teve a vantagem de apanhar Augusto Fernández desinsipirado. Ao contrário de Ibarra, esteve sempre mais solto a sair para o ataque. Tentou apoiar Cardozo ao máximo e sacou vários cruzamentos. Não esteve mal o paraguaio.

Mauricio Caranta (3). Não podia fazer melhor. Esteve bem nos lances de bola parada, seguro a sair dos postes e nada podia fazer nos golos sofridos. E na grande penalidade ainda defendeu o primeiro remate de Ortega.

Hugo Ibarra (2). Tem experiência de jogador. Capitão do Boca Juniors e já disputou uma final da Liga dos Campeões, mas com um jovem de 19 anos pela frente tremeu. Buonanotte e Belluschi não lhe deram liberdade para subir no terreno como gosta de fazer.

Jonathan Maidana (2). O River Plate surgiu apenas com um avançado, mas nem assim os centrais do Boca conseguiram anulá-lo. Falcao esteve sempre melhor, mais rápido e mais activo. Mais um na mediocridade da exibição colectiva.

Gabriel Paletta (1). Tudo o que se diz de Maidana aplica-se a Paletta. Estreava-se nestas andanças e não foi capaz de afastar o nervosismo. A entrada fora de tempo a Buonanotte era completamente escusada, mas deu penálti. Para esquecer.

Ever Banega (0). Exibição para esquecer. Não conseguiu segurar o meio-campo, não conseguiu criar as jogadas de ataque e não soube controlar o ímpeto. Amarelo aos 20 minutos e aos 45'+2 fizeram-no sair mais cedo do campo. Culpa de Russo que o manteve tanto tempo em campo depois do primeiro amarelo.

Pablo Ledesma (1). Tem sido dos melhores jogadores durante a época, mas viu-se entregue à superioridade do meio-campo do River Plate. Poucas foram as vezes que se conseguiu libertar.

Leandro Gracián (1). Era dele a responsabilidade de criar as jogadas de ataque do Boca Juniors, mas nunca esteve ao nível da tarefa. E quando Russo teve de tirar alguém do meio-campo não teve dúvidas.

Neri Cardozo (1). Numa primeira fase escondeu-se demasiado na linha do lado esquerdo. Perante a incapacidade de Banega e Gracián, começou a recuar mais para pegar no jogo. Inconsequente também.

Rodrigo Palacio (2). Foi dos mais inconformados no ataque. Não estava muito insipirado, mas ao menos deu trabalho à defesa com as constantes desmarcações.

Martín Palermo (1). Foi presa fácil. Não teve qualquer oportunidade de golo e esteve sempre desapoiado. Um avançado com estas características precisa de ter os médios por perto, mas isso nunca aconteceu.

Sebastian Battaglia (1). Entrou para equilibrar o meio-campo depois da expulsão de Banega. O River nunca acelerou e Battaglia não comprometeu. Não poderia fazer mais.

Alvaro González (0). Dez minutos em campo no lugar de Cardozo. Pode dizer que jogou e acompanhou de perto os "olés" que ecoavam das bancadas.

11. AS ESTATÍSTICAS.

Mais velhos: Ariel Ortega e Martin Palermo (33 anos)

Mais novos: Andrés Rios (18) e Ever Banega (19 anos)

Média de idades no onze titular: River Plate (24,54 anos);
Boca Juniors (25,45 anos)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Superclásico

Análise exaustiva a tudo sobre o River Plate-Boca Juniors nos próximos dias.

Bwin Liga - Jornada 7

Académica-FC Porto, 0-1. Mesmo sem Lisandro López a marcar, os portistas mostraram ter a lição estudada e conseguiram a sétima vitória consecutiva, desta vez com Lucho a marcar.

U. Leiria-Benfica, 1-2. O golo madrugador de Cadú animou as hostes leirienses, mas no dia em que Camacho decidiu jogar com dois avançados, Nuno Gomes pagou com golos, dois golos.

Sporting-V. Guimarães, 3-0. O primeiro golo dos leões é polémico, mas a vitória por 3-0 é esclarecedora. Cajuda jogou o que tinha para jogar, mas não esperava que Izmailov fosse "Bizmailov". A tabela com Vukcevic no primeiro golo é uma lição para os mais novos.

Boavista-Belenenses, 2-4. Ainda não foi desta, Pacheco. A equipa marcou o dobro dos golos que tinha até então, e por um central que acabou expulso, mas o Belenenses parece ter acordado para o campeonato depois da eliminação com Bayern.

Paços de Ferreira-E. Amadora, 2-1. Outro exemplo como o de cima. Participação europeia de lado, a equipa acordou e bateu os tricolores. Ainda há muito campeonato pela frente.

Sp. Braga-Nacional, 1-0. Os últimos minutos não ajudam em nada o futebol. A vitória bracarense chegou numa grande penalidade convertida por Roland Linz que dá ainda mais oxigénio a Jorge Costa. E já há adversários para a fase de grupos.

Leixões-Naval, 0-1. Ulisses Morais tinha avisado que não era milagreiro, mas conseguiu dois em um. Conquistou a primeira vitória e terminou com a série de seis empates da equipa de Matosinhos.

Marítimo-V. Setúbal, 0-0. Um nulo entre duas das melhores equipas do campeonato até ao momento. O jogo merecia mais, especialmente tendo em conta a quantidade de golos que se tem verificado nos últimos anos entre estas duas equipas.

Cá na Europa

INGLATERRA. O Chelsea venceu no terreno do Bolton e Avram Grant parece ter finalmente afastado o fantasma inicial, mas ainda assim não é suficiente. Em Manchester, Ronaldo brilhou com dois golos, enquanto o Arsenal continua a caminhada imparável: Van Persie bisou no triunfo (3-2) sobre o Sunderland.

ITÁLIA. Grande vitória do AC Milan em Roma frente à Lazio (1-5) com bis de Gilardino e Kaká. O Inter Milão venceu o Nápoles por 2-1, enquanto a AS Roma foi a Parma vencer por 3-0. A Juventus empatou em Florença com a Fiorentina a um golo.

ESPANHA. Num encontro entre portugueses, o Barcelona de Deco levou a melhor sobre o Atlético Madrid. O luso-brasileiro inaugurou a partida numa oferta de Abbiati e Messi marcou mais um golo. Em Madrid, o Real bateu o Huelva por 2-0 e o Villarreal perdeu em Pamplona com o Osasuna (2-3).

ALEMANHA. Luca Toni está imparável e marcou os dois golos na vitória do Bayern. Estugarda e Schalke perderam em casa e Fernando Meira foi expulso. O Karlsruhe mantém-se como sensação e já é segundo.

FRANÇA. Depois da derrota humilhante com o Rangers em casa, o Lyon foi a Bordéus afogar as mágoas e venceu por 3-1 com um golo do brasileiro Anderson. Pauleta foi titular no PSG, mas perdeu com o Rennes (1-3)

OUTROS. Na Holanda, Afonso Alves foi herói ao marcar sete pelo Heerenveen, enquanto o Ajax voltou a perder pontos, desta feita com o Sparta de Roterdão. Na Escócia, McDonald conferiu novo Big-Win ao Celtic nos descontos e, na Ucrânia, Shakhtar e Dínamo venceram os respectivos jogos.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Notícias das Pampas

Pelos vistos a compensação chegou. Basile anunciou hoje quais os cinco jogadores do campeonato argentino que vão ser chamados à selecção e Germán Denis (Independiente) consta na lista. Será então a oportunidade para Denis conseguiu a primeira internacionalização de sempre em todos os escalões, já que nunca marcou qualquer presença nas selecções jovens.

Além de Germán Denis, foram também chamados Daniel Montenegro (Independiente), Juan Pablo Carrizo e Fernando Belluschi (River Plate) e Hugo Ibarra (Boca Juniors).

Torneo Apertura - Jornada 13

O River Plate venceu o Boca Juniors no Superclásico por 2-0 e, apesar de já não estar em boa posição para lutar pelo título conseguiu os dois grandes objectivos: a vitória sobre o rival e dificultar a disputa dos xeneizes pelo título, especialmente sabendo que nos últimos campeonatos este tem sido o único propósito dos millionarios. No entanto, o líder Independiente também perdeu em Rosario, frente ao Newell's, acabando o Lanús por ser o grande beneficiado da jornada. Com seis jogos por disputar, o granate subiu ao segundo lugar a um ponto do líder.



River Plate-Boca Juniors, 2-0. O vencedor do Superclásico no Monumental voltou a ser o mesmo. O colombiano Falcao abriu caminho para a vitória que Ortega carimbou de penálti. Pelo meio, Banega foi expulso.

Newell's-Independiente, 2-1. Os de Pedro Troglio tinham uma oportunidade soberana para dilatar a vantagem, mas o NOB revelou-se um osso duro de roer. Steiner adiantou os da casa e apesar do excelente golo do empate de Montenegro, Salcedo deu a vitória ao Newell's.

Arsenal-Lanús, 0-1. As derrotas de Independiente e Boca Juniors tornaram tudo mais interessante para a equipa de Bossio. José Sand, quem mais?, marcou o único golo da partida e colou o granate na luta pelo título.

Estudiantes-Argentinos Juniors, 3-0. A equipa de La Plata conseguiu uma vitória que já perseguia há muito tempo para se conseguir afastar dos últimos lugares da tabela. El Brujita Verón bisou na partida e foi o grande destaque.

San Lorenzo-Gimnasia LP, 1-1. A outra equipa de La Plata também precisa urgentemente de pontos, mas não foi além de um empate no terreno do San Lorenzo. Ortiz adiantou o campeão em título, mas Ignacio Piatti garantiu a igualdade a dez minutos do fim.

Vélez Sarsfield-Tigre, 1-1. Ereros adiantou o surpreendente Tigre que se poderia ter aproximado do líder mas, em cima do intervalo, Zapata igualou com um excelente cabeceamento a culminar um bom cruzamento da direita.

Racing-Rosario Central, 2-2. O Racing tem deixado muito a desejar, especialmente por causa das saídas de Maxi Morález, perdido na Rússia, e Gonzalo Bergessio, lesionado no Benfica, mas o veterano Facundo Sava tem aproveitado para pôr ordem na casa. Frente ao Rosario bisou.

Olimpo-San Martín, 2-1. Excelente vitória do Olimpo em casa. Tonelotto ainda adiantou os forasteiros, mas Josemir Lujambio e Mauro Olivi consumaram a reviravolta.

Banfield-Colón, 3-1. Jerónimo Barrales parece ter acordado para os golos e fez um hat-trick, igualando assim o guarda-redes Cristian Lucchetti nos melhores marcadores da equipa (4 golos). Rivarola apontou o tento de honra.

Gimnasia Jujuy-Huracán, 2-0. Os jujueños estão num excelente momento e contra o Huracán de Ardiles venceram com relativa facilidade. Goltz e Miranda assinaram os golos do triunfo.

domingo, 7 de outubro de 2007

O desconfortável Camacho



José Antonio Camacho não se sente confortável no Benfica. Os resultados não estão a ser os esperados e o nervosismo começa a saltar à vista, mesmo se não fôr seguido com atenção. Porquê? O mito do sebastianismo elevou a exigência psicológica a um nível em que nem treinador, nem presidente nem adeptos estão a acompanhar.

Ponto 1. José Antonio Camacho teve uma boa primeira passagem pelo Benfica. Em anos de Mourinho, Camacho conseguiu dois segundos lugares e uma Taça de Portugal. A tão aclamada frontalidade com que falava à imprensa dava-lhe margem de manobra para criticar duramente, e por vezes injustamente, a situação que se vivia em Portugal, tal soberano que falava para colonos. Desde que saiu, Camacho foi constantemente apontado como o desejo dos adeptos.

Ponto 2. Camacho chegou a Tires envolto em histeria e festejos exuberantes. Nunca antes um treinador, talvez Toni?, tinha conseguido tamanha manifestação de apoio apenas por chegar a um clube. Desta feita, notava-se que Camacho chegava com a lição estudada. Logo às portas do aeroporto de Tires, Camacho manda parar o carro para falar. Um dia depois, operação de charme para os sócios verem os treinos.

No entanto, o que não sabia Camacho, é que as coisas já não eram as mesmas. Se o empate com o V. Guimarães foi facilmente aceitável, principalmente com a vitória em Copenhaga dias depois, Camacho tem vindo a mostrar-se um treinador medroso, com pouca criatividade e desenvolveu um medo cénico da imprensa, bem como das perguntas.

Depois de várias faltas à chamada, foi um Camacho nervoso que falou hoje à TVI. Não gostou da primeira, não gostou da segunda e a terceira pergunta nem percebeu, limitando-se a repetir as respostas das duas primeiras. O desconforto de Camacho topa-se e topa-se à distância.

Mais do que presidente, Vieira é amigo de Camacho. Essa foi a única relação que ambos desenvolveram enquanto o espanhol esteve desempregado. Por isso, Camacho reagiu tão mal às declarações de Vieira, especialmente tendo em conta que terá aproveitado algo pessoal (os convites do FC Porto) para lançar uma farpa (mais uma!) ao rival Pinto da Costa.

Este não é o regresso que Camacho desejava. Os milagres não se fazem, mas o treinador espanhol não sai completamente inocente desta situação. Vencer, e com golos, em casa é obrigatório, bem como fazer quatro pontos, no mínimo contra o Celtic. Menos que isso e há problema na Luz.

Superclásico - O único


Hoje é dia de Superclásico. Às 18 horas portuguesas, River Plate e Boca Juniors vão encontrar-se no Monumental para um dos maiores clássicos do Mundo.

Aqui, tudo o resto é esquecido. Lá dentro estão reflectidas todas as diferenças e desigualdades entre as duas equipas. As origens italianas de uma equipa industrial com sede num dos bairros mais degradados do Mundo contra a equipa de um bairro de classe alta, 100% argentino e criado por "Millionarios".

Mais do que um jogo, há uma história, uma paixão que é muito mais uma paixão pelo futebol, é uma paixão pela vida e por todos os pormenores. Classico é clássico.

Alguns dados

- River Plate 11.º classificado com 16 pontos / Boca Juniors 2.º classificado com 23 pontos

- Treinador: Daniel Passarella / Miguel Angel Russo

- A Figura: Fernando Belluschi / Martín Palermo

- Historial de Confrontos: 180 jogos - 60 vitórias River Plate / 55 empates / 65 vitórias Boca Juniors / 240-251 golos

- Glória: Enzo Francescoli / Diego Armando Maradona

- Último Superclásico no Monumental: River Plate-Boca Juniors, 3-1

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

#8 - Maxi Biancucchi

Maxi Biancucchi é argentino. Joga no Brasil. No Rio de Janeiro. No Flamengo. Não é preciso ir mais longe para avaliar a estranheza e invulgaridade que uma situação destas provoca. Se haver argentinos no futebol gaúcho é considerado natural, se havê-los no paulista até é aceite, depois de Tévez e Mascherano, no futebol carioca não é tanto assim.

No entanto, Maxi tem uma característica que o deixa único como ninguém. Este jovem jogador (23 anos) e "baixinho" (1.64m e 64kg) é... primo de Messi, o astro que está a revolucionar Barcelona. Na Argentina, Maxi passou pelos escalões de formação de Rosario Central e San Lorenzo, mas cedo transferiu-se para o Paraguai. Lá destaca-se a passagem pelo Sportivo Luqueño, precisamente antes de ir jogar para o Flamengo.

Este médio de características ofensivas actua preferencialmente descaído para o lado esquerdo, mas parece confiar mais no pé direito. Forte no um para um, consegue deixar o adversário para trás com uma simulação de corpo uma finta mais precisa e calculada. Frente ao São Paulo foi o grande quebra-cabeças durante toda a primeira parte.

Pedir-lhe para jogar de cabeça ou para rematar forte de longe poderá ser demais, mas Maxi tem outras características que fazem dele um jogador valioso. No entanto, pelo menos ontem, pareceu Romagnoli nos primeiros períodos de Alvalade. Começou em força, mas foi apagando-se gradualmente, acabando por sair durante a segunda parte. Ainda assim, para ter com atenção.

#7 - Léo Moura

Leonardo Moura tem 28 anos e é o defesa direito do Flamengo. Com passagens por Botafogo, Vasco, Palmeiras, São Paulo e Fluminense, Léo Moura, como é comummente conhecido, já passou por três clubes europeus: Na Bélgica, para representar o Germinal Beerschot, na capital económica holandesea, ADO Den Haag e em Portugal no Sp. Braga.

Com uma passagem fugaz em Portugal, alguns meses no início de 2005, Léo Moura não chegou a deixar cartão de visita. No Brasil, contudo, Léo Moura é um dos elementos mais preponderantes da equipa. Juntamente com Ibson, ex FC Porto, Obina ou mesmo o argentino Maxi.

No jogo de ontem frente ao São Paulo, Léo Moura esteve simplesmente impecável. A defender e a sair para o ataque. De facto, é essa a grande vantagem do lateral direito. A forma como, em velocidade, sai para o ataque desequilibrando. A velocidade, a boa técnica e uma resistência que dura os 90 minutos de jogo fazem pensar que pode estar aqui um lateral bastante apto para o futebol europeu.
Espera-se que possa regressar a Portugal. Pedro Silva, Had, Luís Filipe, entre outros, não serão melhores.

Taça UEFA - 1.ª Eliminatória

Aconteceu o que se esperava. O Sp. Braga foi a única equipa portuguesa a passar e as outras não conseguiram recuperar. Nota positiva, ainda assim para Paços de Ferreira e U. Leiria.

SP. BRAGA. Jorge Costa tinha a corda na garganta e a obrigação de ganhar. Depois de 45 minutos sem golos, o começo da segunda parte deu tranquilidade e quase que evitou a intranquilidade que acabaria por chegar. Grande golo de Hussaine.

U. LEIRIA. Quando Cadú inaugura o marcador logo nos primeiros minutos, cresce a sensação que tudo é possível e que falta apenas um golo. A vitória por 3-2 não envergonha. Não tivesse havido Kiessling...

P. FERREIRA
. Mal no campeonato português, a turma de José Mota bateu-se de igual para igual, nas duas mãos, contra um AZ que tem sido das melhores equipas da competição nos últimos anos. Nota de honra.

BELENENSES. Defrontava o favorito para a conquista da competição. 45 minutos sem golos deixava tudo em aberto, ainda por cima sendo o futebol um desporto em que tudo pode acontecer... seja por mérito ou acasos. Deu-se a lei do mais forte, ajudada por um golo fabuloso de Toni. Para ver e rever.

OUTROS. Noite de surpresas. O Everton conseguiu safar-se na Ucrânia, mas outros houve que ficaram limitados aos campeonatos nacionais: Sampdoria, Ajax, Palermo, Blackburn e Saragoça.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Torneo Apertura - Jornada 12

O momento é de Denís. O avançado do Independiente não pára de facturar e já leva 15 golos em 12 jogos. O Rojo voltou a ganhar, mas o Boca Juniors não o deixou escapar e venceu o San Lorenzo. O Tigre venceu o Racing ao cair do pano e mantém-se num surpreendente terceiro lugar. Cá para baixo, o River Plate voltou a ser goleado por 1-4 e hipotecou as esperanças, poucas, que ainda tinha no título.


Denís e Sosa são duas das figuras do Independiente

Independiente-Gimnasia Jujuy, 3-0. Depois de um mau período, o Rojo voltou às vitórias. O avançado Germán Denís bisou e Matheu marcou o outro. Depois de bons resultados, o Gimnasia Jujuy voltou a perder.

Boca Juniors-San Lorenzo, 2-0. Tal como o líder, a equipa xeneize não quis voltar a perder pontos e venceu o clássico como o San Lorenzo por 2-0. Martín Palermo inaugurou o marcador de cabeça e Sebastián Méndez fez autogolo e acabou o jogo expulso. Também expulso, mas no Boca Juniors foi o técnico Miguel Russo que assim poderá ficar de fora para o Super Clásico.

Argentinos Juniors-River Plate, 4-1. Definitivamente o campeonato está perdido para a equipa de Passarella. A equipa não consegue apresentar regularidade e é a segunda vez que é goleada por 4-1 nos jogos fora. Hauche, Delorte, Niell e Battión marcaram para os da casa e Marco Rúben apontou o tento solitário dos Millionarios.

Tigre-Racing, 3-2. A grande surpresa da temporada. A equipa de Diego Cagna ocupa o terceiro lugar e frente ao Racing, um dos "grandes", conseguiu uma vitória depois de estar a perder. Ayala e Lázzaro, os goleadores da equipa, marcaram o ponto.

Lanús-Vélez, 2-1. Bom jogo em perspectiva, com a equipa de La Volpe a precisar de pontos. Escudero desapareceu do mapa e José Sand, o avançado possante e alto do Lanús bisou.

Colón-Olimpo, 3-0. A equipa de Leonardo Astrada está a ser uma das boas surpresas da época, tal como o avançado Dario Gandín que fez o seu quinto golo logo a abrir. Omar Merlo e Luís Quinteros fixaram o resultado final.

Húracán-Banfield, 1-0. Aos poucos, Osvaldo Ardiles está a conseguir endireitar a equipa. Frente ao Banfield, um dos da frente do campeonato, Walter Coyette apontou o golo solitário que deu a vitória.

Rosario Central-Estudiantes, 2-2. Jogo entre duas equipas da segunda metade da tabela. Os de Simeone começaram a vencer com um golo do nosso conhecido Moreno y Fabianesi, mas a equipa de Rosario conseguiu virar com um bis de Vizcarra. Em cima da hora, Pablo Lugüercio empatou a partida.

San Martín-Arsenal, 1-1. Empate num jogo sem grandes motivos de interesse. Com um campeonato tranquilo, o Arsenal direcciona todos os focos de atenção para os quartos-de-final da Sul-Americana. Ainda assim, Andrés San Martín colocou a equipa de Gustavo Alfaro em vantagem logo aos 13 minutos. Na segunda parte, a dois minutos do fim, Roth empatou para os da casa.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O bom, o mau e o vilão!

O Benfica vive um período conturbado, período que se estende praticamente desde o início da pré-época. Entre entradas, saídas, mudanças de treinador, polémicas e resultados, muita coisa se passou. A derrota de hoje é mais um sinal de alarme, embora tudo esteja mais do que a tempo de mudar. Um pequeno balanço:


O BOM.
Cristian Rodríguez - O médio uruguaio é um dos melhores reforços da equipa até ao momento. Médio esquerdo que consegue jogar pelo meio, acrescentar meia-distância à equipa, tal a facilidade com que remata descaído para o lado esquerdo. Marcou à Naval e ameaçou contra Sporting e Shakhtar.

Quim - O guarda-redes tem sido um importante esteio na equipa e tem evitado males maiores, mas um jogador não faz a equipa.

Rui Costa - Não fosse o Maestro e a época poderia estar a ser desastrosa. A "juventude" que emprega em campo tem dado golos e tem mantido a equipa unida numa altura que é decisiva.

Di María - Agrada aos adeptos, ultrapassou Adu na estratégia de marketing e tem demonstrado grandes pormenores. Tem muito talento, muito potencial, mas a linha para "O mau" é muito ténue. Falta-lhe colectivo.

O MAU.
José Antonio Camacho - É cruel, mas é verdade. Depois das operações de charme a imprensa e adeptos nos dois primeiros dias, Camacho tem acusado a pressão. Colocou Cardozo em situação complicada, é assobiado nas substituições por causa do conservadorismo e falta às entrevistas pós-jogo. À semelhança de Toni, também aqui o sebastianismo não está a dar bom resultado.

Contratações - Mal pensadas. Jogadores a mais, alguns começam a cair no esquecimento. Luís Filipe não acrescenta nada, Bergessio está esquecido, Adu demora a aparecer e, ainda assim há Rodriguez e Di María a jogar, Butt deve estar com vontade de desaparecer e Andrés Díaz é a última opção, ao que parece. Para não falar de Cardozo que, custando nove milhões, tem de fazer muito mais. E, sinceramente, neste momento não me parece que venha a justificar o investimento.

Luís Filipe Vieira - "O melhor Benfica dos últimos anos" parece ser demasiado falso e sem percepção do que se passa. A saída de Simão deixou marcas e não basta tapar os buracos com frases e meia dúzia de jogadores. Se Camacho falhar, Vieira não terá para onde se virar.

Léo - É dos jogadores que atravessa a pior fase desde que chegou à Luz. Mantém o sacrifício, as subidas rápidas, mas sem resultados práticos. Na maior parte das vezes acaba com passes falhados ou cruzamentos contra adversários. A margem de manobra é grande, mas o brasileiro não está bem.



O VILÃO.
Fernando Santos - Era visto como o mal de todos os males. Saiu para a Grécia, não levantou muitas ondas e agora deve rir-se. Afinal, Camacho não era assim tão melhor. A nível táctico, Camacho tem estado tão mal ou pior. E o factor-casa nem se compara. Com Fernando Santos, o Benfica ficou quatro vezes em branco na Luz (Boavista, Braga, Manchester United e Espanyol), empatou cinco vezes e perdeu uma. Em quatro jogos, Camacho já ficou três vezes em branco (dois empates e uma derrota). Golos precisam-se.

Liga dos Campeões - Jornada 2

Depois de uma primeira jornada desastrosa, FC Porto e Sporting conquistaram vitórias preciosas na Turquia e Ucrânia, respectivamente. Só o Benfica, perdendo em casa com o Shakhtar Donetsk por 0-1.



GRUPO A. Ricardo Quaresma ofereceu a vitória ao FC Porto com um golo ao cair do pano, depois de um jogo sem grandes oportunidades de perigo a equipa de Jesualdo Ferreira conseguiu uma vitória que pode colocar a equipa na rota certa. Contudo, no outro jogo, o Marselha pode ter complicado ao vencer em Anfield Road o Liverpool por 1-0 com um golo de Valbuena.

GRUPO B. Avram Grant poderá ter ganho alguma tranquilidade ao serviço do Chelsea. David Villa ainda adiantou o Valencia, mas Joe Cole conseguiu empatar ainda na primeira parte e Didier Drogba, um dos mais próximos de Mourinho, conseguiu a vitória na segunda parte. No outro jogo, o Schalke não facilitou na Noruega e venceu o Rosenborg por 2-0

GRUPO C. O Real Madrid esteve em vantagem por duas vezes em Roma frente a Lazio, ambas graças a golos de Van Nistelrooy que continua a aumentar a sua conta pessoal na competição, mas os romanos conseguiram evitar a derrota com um bis de Pandev. No outro jogo, o Olympiacos surpreendeu o Werder Bremen na Alemanha. Hugo Almeida adiantou a equipa de Schaaf, mas nos últimos 17 minutos sofreu por três vezes.

GRUPO D. Mal o Benfica. A derrota com o Shakhtar vem complicar tudo. Na Luz, o Benfica nunca conseguiu dominar a partida e acabou derrotada com um golo de Jadson. A piorar as coisas veio a vitória do Celtic em Glasgow frente ao AC Milan. Depois do hat-trick no fim-de-semana, McDonald voltou a mostrar que os britânicos não são só bifes, dando a vitória em cima do minuto 90.

GRUPO E. O Barcelona continua na senda vitoriosa com o Pulga Messi a fazer as delícias dos aficionados. Desta feita, marcou um golo na vitória em Estugarda por 2-0. No outro jogo, o outrora poderoso europeu Lyon foi surpreendido (0-3) em casa pelo Rangers. É a segunda chapa 3 da equipa de Perrin na Champions.

GRUPO F. O Sporting de Paulo Bento conseguiu vencer na Ucrânia, alcançando assim a primeira vitória fora na história do clube na competição (com os moldes actuais). Os dois golos foram apontados pelos centrais da equipa - Tonel e Polga - sendo que o brasileiro estreou-se também ele, mas a marcar. No outro jogo, o Manchester United venceu a AS Roma por 1-0. Nani assistiu para o golo de Rooney.

GRUPO G. Deivid continua a facturar pelo Fenerbahçe. Desta vez fez o segundo da equipa turca no empate 2-2 em Moscovo frente ao CSKA. Com Alex, Kezman e Deivid, o Fenerbahçe mostra que é equipa para importunar. No outro jogo, Ibrahimovic bisou na vitória do Inter sobre o PSV (2-0).

GRUPO H. Os favoritos fizeram valer o seu estatuto. O Sevilha bateu o Slavia de Praga por 4-2, enquanto o Arsenal foi a Bucareste derrotar o Steaua. Não deve haver surpresas no grupo.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Taça Sul-Americana

Argentina-Brasil, 2-2. A rivalidade sul-americana acabou com um empate depois da vantagem argentina na 1.ª mão. River Plate, Arsenal, São Paulo e Vasco da Gama seguiram para os quartos-de-final.



O São Paulo-Boca Juniors era o grande jogo, mas foi no Monumental que a emoção se fez sentir até ao fim. O River tinha perdido 0-1 no Rio de Janeiro e estava obrigado a ganhar, mas um golo do Botafogo complicou tudo. Numa segunda parte épica, o River conseguiu virar a desvantagem de 1-2 para 4-2 com nove contra dez, marcando o golo do apuramento no último minuto de descontos pelo colombiano Falcao. No Morumbi, o São Paulo cumpriu e venceu 1-0 com um golo de Aloísio.

No Rio de Janeiro, o Vasco da Gama conseguiu virar a desvantagem de 0-2 frente ao Lanús. A eliminatória parecia seguir para o prolongamento, mas Leandro Amaral fez o terceiro do Vasco (bisou na partida) e facilitou as coisas. No outro jogo, o Arsenal de Sarandí empatou com o Goiás e confirmou o melhor momento da sua curta história - criado em 1957.

Esta semana decidem-se os outros quatro participantes nos quartos-de-final. A saber: Chivas Guadalajara-DC United (1-2); América-Pachuca (4-1); El Nacional-Defensor Sporting (0-3) e Colo Colo-Millionarios (1-1).

P.S. Ainda relativamente ao jogo São Paulo-Boca Juniors há uma excelente perspectiva do encontro, feito por alguém que esteve no Morumbi. A ver no blog de grande qualidade Livre Indirecto.

P.S. II O post surge com um atraso considerável, mas mais vale tarde que nunca.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Torneo Apertura - Jornada 11

As duas equipas da frente perderam. O Independiente perdeu no sábado frente ao Banfield por 0-2 e ontem o Boca Juniors não conseguiu aproveitar o deslize e acabou por perder com o Newell's. O River Plate voltou a protagonizar outro jogo de loucos no Monumental com Falcao a marcar nos descontos... novamente. De salutar o interesse que a imprensa desportiva portuguesa online, excepto o Mais Futebol, tem dado ao campeonato. Já era hora de acordar. E o próximo fim-de-semana traz um imperdível River Plate-Boca Juniors. Fabuloso!



Banfield-Independiente, 2-0. O líder perdeu no sul. Denís, Sosa e Montenegro estiveram abaixo das capacidades e não conseguiram evitar a derrota. O guarda-redes Lucchetti é o melhor marcador do Banfield com quatro golos - dois de penálti e... dois de recarga.

Newell's Old Boys-Boca Juniors, 1-0. Os xeneizes não conseguiram aproveitar o deslize do Independiente e consumaram uma semana terrível. Empate em casa com o Gimnasia Jujuy, eliminação no Morumbi e derrota com o Newell's. O jogo com o River vem aí.

River Plate-Rosario Central, 3-3. Diz o Olé que o River voltou a jogar para os cardíacos. De facto, depois do apuramento garantido no último minuto de descontos na Sul-Americana, o colombiano Falcao voltou a ser decisivo ao fazer o golo do empate oito minutos depois dos 90.

Racing-Lanús, 1-1. Romagnoli brilhou no Estádio da Luz, mas acabou por ser Martín Romagnoli, apenas coincidência de nome, a marcar em Avellaneda. José Sand empatou a partida e tornou-se no segundo melhor marcador do campeonato com 7 golos.

San Lorenzo-Argentinos Juniors, 2-1. Parece que a equipa de Ramón Díaz começa a encarrilar. Os golos foram do inevitável Néstor Silvera e de um dos melhores esquerdinos a actuar na Argentina: Osmar Ferreyra.

Vélez-Arsenal, 0-0. Mais um jogo em branco. Ultimamente começa a ser habitual nas jornadas. La Volpe tem de ter cuidado, caso contrário acaba por sair mesmo. E agora já não tem a desculpa de estar a lutar pelos lugares cimeiros.

Estudiantes-Tigre, 2-2. De um lado, um campeão que desilude. Do outro um recém-primodivisionário que promete. Simeone não tem conseguido fazer a equipa render, enquanto Diego Cagna descobriu em Néstor Ayala um goleador para competir com Leandro Lázzaro.

Olimpo-Huracán, 3-1. Boa vitória para o "Beira-Mar da Argentina". O avançado Josemir Lujambio marcou e vai convencendo. O também avançado e ex-estrela Federico Nieto foi expulso.

Gimnasia Jujuy-Gimnasia LP, 4-0. Duelo de Gimnasias com o do Norte a levar a melhor sobre uma das duas mais antigas equipas argentinas. Depois de empatar no bairro da Boca, o Gimnasia de Jujuy venceu e convenceu.

Colón-San Martín, 1-1. Se há jogos mais ansiados para cada jornada, este estará no extremo oposto. Destaca-se mais um golo, o quinto, de Dario Gandín, o avançado do Colón.

Bwin Liga - Jornada 6


Benfica-Sporting, 1-1. O empate é justo. Apesar do nulo não foi um jogo mau, em muito ajudado pela chuva que tornou a partida mais rápida, com defesas incompletas e... lances polémicos. Parece-me que ficaram duas grandes penalidades por marcar, uma em cada parte. Os "109 segundos" foram uma boa palhaçada. Em situações normais toda a gente aplaudiria... mas houve a Reboleira.

FC Porto-Boavista, 2-0. Lisando López está a "ser" o FC Porto. Argentino de raça, mostra oportunismo e classe para concretizar. E com isto vão seis vitórias. O Boavista merece mais do que está a conseguir.

V. Guimarães-Sp. Braga, 1-0. Boa vitória de Manuel Cajuda que permite aos vimaranenses ascender ao terceiro lugar, ainda mais numa vitória sobre o grande rival. Contudo, não foi alcançada da melhor forma. O golo parece não passar de uma precipitação de quem decide. Mal esteve Fajardo, bem esteve o departamento de marketing com o equipamento alternativo.

Nacional-Naval, 2-0. Fellype Gabriel é jogador e desta vez culminou a exibição com golo. Não faltará muito até surgirem os primeiros clubes interessados, se ainda não houver. Primeira vitória de Joka frente a uma Naval que está a meter água demais... a caminho da Vitalis.

E. Amadora-Marítimo, 1-1. Não era um jogo fácil, mas ainda assim a equipa de Lazaroni poderia fazer mais. Fernando marcou o golo mil dos madeirenses e Tiago Gomes mostra que é jogador para, pelo menos, um "quarto grande". Nas mãos de Cajuda faria maravilhas, seria outro Fajardo.

V. Setúbal-U. Leiria, 2-0. As omeletes de Carvalhal fazem-se com ovos de mercearia. Dêem-lhe poucos recursos e ele constrói uma equipa. Já o fez em Matosinhos, fê-lo em Setúbal... e agora novamente. Matheus parece ter alcançado finalmente a maturidade exibicional e está regular.

Belenenses-P. Ferreira, 1-0. Duas equipas que estão a desiludir, síndrome da presença europeia. Roncatto decidiu o jogo numa excelente jogada.

Académica-Leixões, 1-1. Carlos Brito é o rei dos empates. Seis em seis jogos. Faz parte do lote das equipas que ainda não perderam juntamente com Benfica, os Vitórias e o FC Porto. Domingos Paciência tem 5 pontos em três jogos.