terça-feira, 23 de outubro de 2007

SÃO PAULO FC
Crónicas de um título anunciado

Há muito que o São Paulo é o anunciado campeão brasileiro, repetindo assim o título da época passada. Ainda com Muricy Ramalho no comando técnico, o São Paulo aproveita a forte consistência do onze para decidir os jogos mais equilibrados. Não joga um futebol espectáculo, não é dos melhores ataques, mas a defesa aguerrida e os pequenos pormenores fazem do São Paulo a melhor, num conceito actual, equipa no Brasil.

Rogério Ceni é o guarda-redes, mas funciona quase como um talismã. Experiente, é visto como o melhor brasileiro na posição, mas nem assim merece a confiança de Dunga. Na lista para a Bola de Ouro, Ceni mantém-se impune a tudo isso e mantém o low-profile. Os reflexos podem não ser o seu forte, mas que há a dizer de um guarda-redes cuja equipa só sofreu 12 golos em 32 jogos?

Muricy Ramalho joga com três centrais. No centro, o jovem Breno tem sido o escolhido. Forte e intempestivo no corte, é o típico central brasileiro de choque, que dá tudo a cada jogada. Limitado tecnicamente, não se aventura muito para o ataque. Descaído para o lado direito, Alex Silva, irmão de Luisão. Fisicamente semelhante ao central do Benfica, Alex é muito mais ofensivo. Gosta muito de subir pelo flanco direito e a posição de Hernanes no meio-campo dá-lhe segurança para ficar mais tempo no ataque, inclusive como ponta-de-lança à procura dos cruzamentos. Do lado esquerdo, Miranda é o central mais discreto. Não compromete.

No meio-campo, Hernanes acaba por ser o quarto defesa quando a equipa precisa. Responsável de fazer a ligação entre defesa e meio-campo, Hernanes não compromete mas também não se aventura. O lado esquerdo do meio-campo é, provavelmente, o mais interessante. Júnior, com muita experiência como lateral, gosta de ter a bola e subir com ela, mas raramente sobe pela linha, optando antes por fazer diagonais para o meio-esquerdo. Juntamente com ele nessa meia-esquerda há ainda Richarlyson e Jorge Wagner.

Richarlyson, irmão de Alecsandro, é um jogador menos ofensivo que Jorge Wagner, mas a co-existência dos três obriga o adversário a um esforço suplementar. A tarefa de criar jogo cabe não só a Jorge Wagner (que evoluiu posicionalmente desde que chegou ao São Paulo (é mais ofensivo agora), mas também a Souza, que actua preferencialmente do lado direito, juntamente com as investidas de Alex Silva.

Finalmente, na frente de ataque, há Leandro e Dagoberto. O primeiro é um avançado característico, que descai para o lado esquerdo, mas que não foge muito da área. Já Dagoberto poderia desempenhar a função de segundo avançado. Malabarista com a bola, Dagoberto não perde uma hipótese de jogar para a torcida.

No banco, e com destaque, há ainda Fernando, médio batalhador e menos criativo que o irmão Carlos Alberto, e Diego Tardelli, um avançado que surge muito bem na criação também.

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