quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

MARACAIBO
Herói de trazer por casa

O Unión Atlético Maracaibo é um clube venezuelano com aspirações internacionais muito escassas. A presença no grupo 4 da Libertadores juntamente com Boca Juniors, Colo Colo e Atlas permitiu aos adeptos, contudo, poder receber os campeões da Libertadores logo na jornada inaugural.

Estádio cheio e expectativas ao rubro para assistir à partida do mago-Riquelme. Não foi assim de espantar que durante a primeira parte, quando o Boca Juniors seguia para o ataque, um adepto, extasiado pela hipótese de ver jogar o argentino, entrou em campo correndo em direcção ao herói: o herói internacional. O jogo continuou e no final os venezuelanos conseguiram um empate a um golo, estando mesmo a ganhar durante alguns minutos.

Que equipa será esta então? Sem nomes de grande prestígio internacional, o único nome que poderá ser reconhecido pelo público mais atento é o do guarda-redes colombiano Henato. Excêntrico à boa maneira de Higuita, Henao encontrou na Venezuela um bom retiro. Com dificuldades nos lances de 1x1, nomeadamente no posicionamento entre os postes, é um guarda-redes que se enquadra na tradição sul-americana.

A defesa é composta por quatro jogadores, embora os laterais tenham tarefas completamente opostas. Na direita, Pedro Fernández é mais ofensivo. Forte fisicamente, gosta de incorporar as jogadas ofensivas, surgindo frequentemente na mesma linha que os restantes médios. Já Fuenmayor actua junto dos dois centrais: Muñoz e Lancken. O primeiro é mais completo: bom posicionamento, bom jogo de cabeça e perigoso nos lances de bola parada ofensivos. Já Lancken é um central mais para o choque e não tanto de sair a jogar.

Para essa transição de bola da defesa para o meio-campo surge Miguel Mea Vitali. É a âncora da equipa venezuelano, decidindo quando a equipa avança, quando se adianta, ataca pela direita ou pela esquerda. Ganha maior destaque nos lances de bola parada com um excelente remate de longa distância. Ligeiramente mais à frente, jogam o capitão Urdaneta e Figueroa. Urdaneta tem a missão de organizar o ataque em zonas mais adiantadas, mas contra o Boca Juniors teve muita dificuldade em ter a bola controlada. Bom tecnicamente e no passe longo. Já Figueroa tem uma zona de acção maior. Surgindo nos dois flancos ou em zona de remate frontal, é uma peça bastante móvel da equipa e difícil de acompanhar.

Pela ala esquerda joga Rojas. Com Fuenmayor a actuar com muitas cautelas defensivas, Rojas tem liberdade para decidir por onde andar. Optando preferencialmente pela ala, não é invulgar vê-lo a procurar a bola em zonas mais centrais ou mesmo servindo de apoio de cobertura ofensiva.

Finalmente, o ataque é talvez o sector mais fraco, pelo menos aquele que menor destaque teve na partida com o Boca Juniors. Incapazes de se libertarem das marcações da defesa xeneize, Saucedo e Maita foram presas fáceis.

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