domingo, 3 de fevereiro de 2008

MALI
Na senda do exemplo togolês

Em 2006, o Togo entrou no panorama desportivo pelas boas e pelas más razões. Antes de tudo garantiu a presença histórica no Mundial. No entanto, os sinónimos mais adequados para a participação togolesa na prova são a desorganização, amadorismo e Saltillo.

Na CAN, com Jean-François Jodar como treinador, a postura não foi muito diferente. O caso Sissoko-Kanouté é um dos mais exemplificativos. Empate ao intervalo no último jogo com obrigatoriedade dos três pontos. Que fez Jodar? Retira Kanouté e lança Sissoko.

Explicação primeira - Kanouté está tocado. Então, mas porquê a colocação de um médio com maior vocação defensiva?
Explicação segunda - Suster o ímpeto marfinense no meio-campo. Então, mas Jodar esqueceu-se que se a Nigéria marcasse o Mali estava obrigado a vencer?
Explicação terceira e a minha favorita - Dois pesos e duas medidas. Kanouté não gostou da forma como o processo de transferência de Sissoko do Liverpool para a Juventus, com ausência nas vésperas do jogo decisivo, foi conduzida e pegou-se com Jodar ou mesmo com Sissoko.

Passando à frente... o Mali prometia, mas não conseguiu. Após a vitória sobre o Benim na primeira jornada (golo de Kanouté de grande penalidade), as Águias tiveram duas oportunidades de garantir o apuramento. Com a Nigéria empataram a zero. Com a Costa do Marfim perderam.

O "polígono" de sucesso maliana teria de assentar obrigatoriamente em Seydou Keita, Sissoko, Diarra e Kanouté. Pois bem... Keita e Kanouté foram titulares nos três jogos, mas Sissoko falhou o primeiro e Diarra falhou o terceiro por suspensão, num jogo em que Kanouté e Sissoko não actuaram simultaneamente.

Perdida a força, a coesão da equipa, seria necessário haver brilho, velocidade, desequilíbrio, alguma coisa. Resultado? Houve extra-cuidado defensivo de Jodar (três centrais contra a Costa do Marfim), mas não houve nada do resto.

Nota positiva para as actuações dos defesas Adama Coulibaly (Lens) e Cédric Kanté (Nice).

Estatísticas:
  • Dos 23 jogadores convocados por Jean-François Jodar, quatro não chegaram a ser utilizados: Soumbelya Diakité e Oumar Sissoko (guarda-redes), Moussa Coulibaly e Sidiki Koné (defesas)
  • Três jogadores totalistas: Sidibé (guarda-redes), Cédric Kanté (defesa) e Seydou Keita (médio)
  • Os jogadores do Mali viram por cinco vezes o cartão amarelo. Diarra foi o único repetente e falhou o terceiro jogo
  • Um golo em 270 minutos apontado de grande penalidade: Kanouté, quem mais?

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