domingo, 4 de novembro de 2007

CSKA MOSCOVO
O declínio do império europeu de Gazzaev?

18 de Maio de 2005. Perante um Estádio José de Alvalade cheio, principalmente de sportinguistas, o CSKA Moscovo, orientado por um "afinal com bigode" Gazzaev, começava a perder a final da UEFA. Depois de eliminado pelo FC Porto na Liga dos Campeões, derrotado o Benfica em Krasnodar, os russos tinham aqui uma nova oportunidade de levar a glória para o leste europeu.

Na segunda parte, impulsionados por Berezutski, Zhirkov e Vágner Love, o CSKA Moscovo venceu a Taça e manteve a semana de terror para os sportinguistas. Gazzaev dava sinal de que tinha uma equipa com bom poder de compra, com força recentemente adquirida na Europa e com um poderio caseiro que poderia causar estrago. No entanto, parece continuar a faltar sempre algo na Liga dos Campeões.

Este ano, com Inter, Fenerbahçe e PSV, o CSKA tem as contas muito complicadas e parece que nem conseguirá chegar à Taça UEFA. Como se apresenta a equipa em campo?

As equipas de leste são fiéis admiradoras do 3x5x2. O Dínamo Kiev interpreta-o muito bem, o CSKA também, embora de outra forma. Os três centrais, os irmãos Berezutski e Ignashevich jogam já quase de olhos fechados, dando grande consistência. Ao contrário de esquemas semelhantes, o CSKA não tem flanqueadores defensivos. O quinteto do meio-campo moscovita actua como uma espécie de pentágono com base recuada.

Perante ataques de adversários pelos flancos, será um dos irmãos a cair na ala, recuando imediatamente Aldonin, um dos médios, à posição de central, passando a equipa a actuar com quatro "centrais", por assim dizer. Ao lado de Aldonin, Rahimic tem maior responsabilidade para fazer a transição entre a defesa e o meio-campo, mas essa responsabilidade só acusa real importância no trio composto por Krasic, Dudu Cearense e Zhirkov.

O sérvio Krasic, pela ala direita, desequilibra pela rapidez com que se empenha nos lances, com subtis mudanças de direncção que deixam os adversários para trás. Já Zhirkov, do lado contrário, gosta de ter mais a bola no pé. Auxilia Dudu Cearense no último terço do terreno e acaba por ser um jogador mais consistente que Krasic.

Dudu Cearense é o ponto de ligação à dupla de avançados. Jô, Daniel Carvalho, Vágner Love. As escolhas vão alterando, consoante as lesões e momentos de forma. Recorrendo à sempre discutível distinção entre "avançado" e "ponta-de-lança" poderá dizer-se que todos eles são mais avançados que o contrário. Boa movimentação, bons pormenores técnicos e fortes na finalização. Daniel Carvalho é o jogador mais refinado e chega a alinhar ao lado de Dudu Cearense para complicar a marcação e dividir o espaço de ligação à referência ofensiva.

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