sábado, 23 de fevereiro de 2008

NIGÉRIA
O temível ataque irreal

Se de repente surgisse a pergunta: Numa competição internacional, em que a Nigéria apresente jogadores ofensivos da qualidade de Yakubu (Everton), Kanu (Portsmouth), Makinwa (Lazio), Obafemi Martins (Newcastle), Odemwingie (Lokomotiv Moscovo) e Utaka (Portsmouth), para além do estrela ascendente Obi Mikel, consiga ultrapassar a fase de grupos e seja apenas eliminada na segunda fase, quantos golos poderá a selecção marcar?

Há dois pontos essenciais para poder responder a esta pergunta na minha opinião. Primeiro que tudo, dependerá claramente da inspiração dos jogadores citados. Em segundo plano, do treinador da selecção e da filosofia que impinge aos jogadores antes de cada partida.

E se, de facto, a inspiração dos jogadores não foi das melhores, os problemas apresentados pelo técnico Berti Vogts logo desde o início deixaram antever que o ambiente da selecção poderia correr bem melhor.

Com Vincent Enyeama no banco, guarda-redes considerado como um dos melhores do continente africano, Ejide teve a responsabilidade de defender as Super Águias na competição. Três golos sofridos em 360 minutos não é um registo criticável.

Na defesa, o destaque natural será para o lateral Taye-Taiwo, um dos melhores laterais esquerdos a actuar no campeonato francês. Gostando de integrar as jogadas de ataque da equipa, assume papel especial nos lances de bola parada. Contra a Costa do Marfim, fica na retina o disparo indefensável à barra da baliza de Barry. Com Yobo a dar experiência, Shittu (Watford) foi uma surpresa, especialmente devido à assustadora presença física em campo, capaz de intimidar qualquer avançado.

Do meio-campo para a frente, surgem as maiores estrelas. Obi Mikel foi intocável e teve em Olofinjana o principal companheiro, que falhou apenas o jogo com o Benim por ter visto dois cartões amarelos. Kanu, que actuou recuado nos primeiros 56 minutos da competição, ficou-se por aí: 56 minutos. No entanto, a sua importância fez-se sentir no banco, onde funcionou como um braço direito (ou mesmo o verdadeiro treinador) de Berti Vogts.

Obafemi Martins foi uma desilusão e jogou apenas os dois primeiros jogos. Utaka foi irregular, Odemwingie foi crescendo com o desenrolar da prova e só Yakubu esteve realmente a um nível razoavelmente alto, actuando os 360 minutos em que a Nigéria participou.

Já agora, respondendo à pergunta inicial, foram três os golos: Dois de Yakubu (um de grande penalidade) e um de Obi Mikel.

Estatísticas
  • Dos 23 jogadores convocados por Berti Vogts, três não foram utilizados: os guarda-redes Aiyenugba e Enyeama e o defesa Emeghara
  • Cinco jogadores foram totalistas: Ejide (guarda-redes), Shittu, Taiwo e Yobo (defesas) e Yakubu (avançado)
  • O defesa Afolabi esteve muito perto de não ter sido utilizado. No entanto, o minuto jogado contra o Benim, substituindo Odemwingie) não deu para suar sequer
  • Kanu jogou apenas 56 minutos no jogo de abertura, despedindo-se aí da prova
  • A Nigéria foi admoestada com sete cartões amarelos: Olofinjana (2), Obafemi Martins, Odemwingie, Nwaneri, Taiwo e Obi Mikel
  • As Super Águias marcaram tantos golos quanto os que sofreram - 3. Foram alcançados por Yakubu (2) e Obi Mikel

1 comentário:

Anónimo disse...

este senhor escreve muito bem, parabéns