Makukula foi o avançado escolhido por Luiz Felipe Scolari para substituir o lesionado Nuno Gomes. Em boa hora o fez... ou nunca o deveria ter feito? As opiniões dividem-se. Falando da qualidade do jogador e do momento de forma, o luso-congolês é de facto um avançado que poderá ser bastante útil à selecção portuguesa.
No entanto, as discussões da sua chamada transcendem o aspecto qualitativo. Ainda não há muito tempo, Ariza enfrentou um grave período de lesões sucessivas. Durante este tempo, a FPF foi pouco abonatória com o jogador que encontrou refúgio na federação congolesa. Ao que parece, magoado com a atitude portuguesa, Makukula terá decidido que abdicava de jogar por Portugal, dando primazia à República Democrática do Congo, ao abrigo de uma nova lei da UEFA.
O único problema acabou por ser a idade do avançado. Uma questão de meses levou-o a ficar sem opções. A Selecção A portuguesa parecia inalcançável e era inelegível para a RD Congo. Dois anos depois, Makukula regressou a Portugal para representar o Marítimo.
O bom início de época, comprovado por toda a crítica, levou Scolari a deslocar-se à Reboleira para assistir a um Estrela da Amadora-Marítimo. A razão? Era mais que óbvia. Menos de um mês depois, temos Makukula no Cazaquistão a dizer que cumpriu um sonho de infância.
A história soa mal, muito mal e mexe com aspectos que transcendem a simples história de jogador naturalizado ser chamado ou não. Se existe a expressão "cuspir no prato que o alimentou", Makukula deu-lhe toda uma nova dimensão de "comer no prato que cuspiu". No meio disto tudo, Portugal (e os portugueses) parecem aplaudir com um estado de amnésia selectivo que ataca em praticamente tudo o que diz respeito ao futebol.
1 comentário:
Muito mal vai Portugal para precisarmos do Makukula. Mas a verdade é que, sem Postiga, nem Nuno Gomes, não há muitas opções de jeito. Lá teve que ser, mas espero que não se repita por muitas vezes.
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