quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

"ESPECIALISTAS"

Numa altura em que surgem cada vez mais blogs de futebol é de salutar não só aqueles que se mantêm com qualidade, como aqueles que surgem e parecem ser, até ao momento, uma lufada de ar fresco, conseguindo encontrar algo que ainda não se dá muito importância. Todos os anos, existe o blog do Rally Lisboa-Dakar que é um sucesso. Este ano não teve espaço para isso. No entanto, destaco duas competições e o excelente acompanhamento que têm tido.

Primeiro, o grande trabalho do Livre Indirecto do impecável Da Rocha. Será, possivelmente, o blog oficial da CAN'2008 em língua portuguesa. Desde o trabalho de antevisão ao acompanhamento diário... valeu!

Outro caso é a entrada em cena do Libertadores na Mira. Numa altura que a edição de 2008 começa a dar os primeiros passos, com os primeiros jogos da pré-eliminatória, este blog parece determinado em acompanhar tudo do princípio ao fim. Espero que seja para continuar.

MARROCOS
Alloudi - a efemeridade de um hat-trick

A eliminação de Marrocos na fase de grupos foi a primeira grande desilusão da prova. Os bons resultados alcançados nos particulares antes da edição e a boa forma de alguns dos elementos que poderiam ser decisivos, entre eles Sektioui, anteviam que a prestação marroquina pudesse ser bem melhor do que a de há dois anos, onde os Leões do Atlas tinham sido afastados pelo Egipto e Costa do Marfim.

Os ingredientes estavam lá, faltava apenas vencer. E a verdade é que o início de Marrocos foi avassalador. Frente a uma desconhecida selecção namibiana, Marrocos entrou a toda a velocidade com um jogador a ganhar especial destaque: Alloudi. Uma das dúvidas de Henri Michel até à hora do jogo acabou por justificar a escolha, marcando três golos nos 63 minutos que esteve em campo, altura que, devido a lesão, foi obrigado a abandonar. A prestação de Alloudi, jogador do Al Ain, é exemplificativa da prestação na prova. Bom começo, golos e espectáculo e uma rude lesão, provocado por uma entrada violenta, que levou ao descalabro. Alloudi não mais voltou a actuar e Marrocos perdeu os restantes jogos: Guiné e Gana.

O ataque de Marrocos é o grande trunfo desta selecção. Nas alas, Alloudi e Tarik Sektioui destacaram-se pela velocidade, técnica individual e rapidez com que se desembaraçavam dos seus adversários. Nas costas do avançado, a grande desilusão Chamakh, Youssef Hadji tinha liberdade para sentir o jogo: descair nas alas, tocar na bola. Era, por assim dizer, o vagabundo da equipa. No entanto, à medida que se recua no terreno, mais se notam as lacunas da selecção. Kabous, Safra, Kharja, Safri, Kissi... nenhum deles conseguia dar a solidez necessária no eixo do meio-campo. E foi realmente aqui que Marrocos perdeu o jogo, tanto contra os guineenses como contra os ganeses.

Na defesa, Chretien, o lateral direito, foi o principal destaque. Ofensivo q.b., era um excelente factor de desequilíbrio. Pela esquerda, El Kaddouri não era tão expedito. A dupla de centrais Erbate-Ouaddou não complicava. Ouaddou destacou-se mais, especialmente pela importância nos lances de bola parada no ataque.

A baliza era e continua a ser o grande problema da selecção. Fouhami não convenceu quando jogou em Portugal e continua sem convencer. Nesta CAN, não teve falhas clamorosas, mas nunca mostrou grande confiança. Falhou o terceiro jogo.

Estatísticas:
  • Dos 23 jogadores convocados por Henri Michel, cinco não chegaram a ser utilizados: Bagui (guarda-redes), Alioui, Chahiri, El Karkouri e Maddoufi (defesas)
  • Cinco jogadores totalistas: Chretien, Erbate, Ouaddou e El Kaddouri (o quarteto defensivo) e Safri (médio)
  • Sete golos marcados: Alloudi (3), Tarik Sektioui (1 de grande penalidade), Zerka, Aboucherouane e Ouaddou
  • Três cartões amarelos mostrados a três jogadores diferentes: Erbate, Kabous e El Kaddouri
  • Tarik Sektioui actuou nos três jogos, mas nunca completou os 90 minutos. Substituído durante a segunda parte nos dois primeiros jogos (67' e 62'), entrou ao intervalo na última partida. Actuou um total de 174 minutos
  • Alloudi marcou um golo a cada 21 minutos

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

NAMÍBIA
Brendell - a boa surpresa

Com Gana, Marrocos e Guiné-Conacry no grupo, as ambições da Namíbia eram à partida reservadas. O apuramento parecia inalcançável, mas pontuar poderia ser um objectivo bem real para a selecção orientada por Arie Schans. Depois da péssima estreia frente a Marrocos, derrota por 1-5, os Bravos Guerreiros sofreram apenas um golo frente ao Gana e conseguiram empatar a Guiné na terceira e derradeira jornada.

A selecção, praticamente desconhecida, contava com o médio do Hamburgo Collin Benjamin, bem como o outro "europeu": Quinton Jacobs, perdido no futebol noruguês. De resto, total desconhecimento.

Ainda assim, pese as lacunas defensivas por demais evidentes no jogo da estreia, a Namíbia mostrou alguns dados positivos, com o especial destaque a residir no médio de vocação ofensiva Brian Brendell. Este jogador do Civics, da capital namibiana, começou logo a surpreender no primeiro jogo pelas movimentações inteligentes da ala para o centro, aproveitando as diagonais nas costas dos laterais, procurando a solicitação no espaço vazio. De facto, foi assim mesmo que marcou o golo a Marrocos na 1.ª jornada.

Contra o Gana esteve mais perdulário, mas não deixou de se evidenciar. Finalmente, contra a Guiné-Conacry, Brendell voltou a marcar e assumiu-se definitivamente como a figura de proa da equipa, inclusive ofuscando a estrela da equipa Collin Benjamin.

Por tudo isto, os pontos-chave do jogo namibiano eram o ataque pelas alas. Além das rápidas desmarcações, destaque para as subidas dos laterais. Kaimbi no lado direito que procurava com frequência o cruzamento para a área.

A defesa, apesar do experiente Michael Pienaar, é o grande calcanhar de aquiles. Lenta e apática, evidenciou muitas dificuldades no lado esquerdo.

Estatísticas
  • Dos 23 jogadores convocados, 4 não jogaram qualquer minuto: Tjihonge (guarda-redes), Nakuta, Baisako e Ngarizemo (defesas)
  • Ao invés, houve cinco totalistas que jogaram os 270 minutos: Gariseb, Michael Pienaar, Collin Benjamin, Ngatjizeko e Oliver Risser
  • Brian Brendell foi o melhor e único marcador com dois golos
  • O cartão amarelo foi mostrado por sete vezes: Gariseb foi o único a ser amarelado duas vezes
  • Pineas Jacob foi "arma secreta" nos três jogos entrando sempre nos últimos 26 minutos, actuando 73 minutos no total
  • O lateral-esquerdo Franklin April pagou caro a prestação na primeira parte frente a Marrocos, saindo ao intervalo e terminando aí a prestação na prova

PENTAGONAL DE VERÃO
River conquista título

O River Plate sagrou-se esta madrugada campeão do Pentagonal de Verão, torneio tradicional argentino que junta os cinco "grandes" do futebol argentino: River Plate, Boca Juniors, Independiente, Racing e San Lorenzo.

Na estreia como técnico do River Plate, Diego Simeone consegue um título, ainda que a derrota por 0-2 com o Boca seja sempre um mau indício, dada a importância que os adeptos dão aos clássicos. No entanto, apesar do título, os Millionarios estiveram longe de encantar e conseguiram o primeiro lugar porque foram a única equipa a conseguir vencer dois jogos: 1-0 ao San Lorenzo e 2-0 ao Racing.

Com apenas 15 golos nos dez jogos disputados, o melhor marcador do campeonato passado, Germán Denís, foi o único a conseguir marcar mais que um golo: dois.

Resultados
Racing-San Lorenzo, 1-0
River Plate-Independiente, 1-1
Boca Juniors-Independiente, 1-2
River Plate-Racing, 2-0
Boca Juniors-San Lorenzo, 1-1
Boca Juniors-Racing, 0-0
Independiente-San Lorenzo, 1-1
Boca Juniors-River Plate, 2-0
Independiente-Racing, 0-0
River Plate-San Lorenzo, 1-0

Classificação
1. River Plate, 7
2. Independiente, 6
3. Boca Juniors, 5
4. Racing, 5
5. San Lorenzo, 2

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

ETAPA CUMPRIDA

A análise ao Apertura 2007 está, finalmente diria eu, terminada. Não surgiu no momento que esperava e, devido a isso, tive que fazer algumas adaptações ao trabalho que estava já feito.

Com a pré-época em grande na Argentina, muitos outros temas de análise estão a surgir pelos Pampas. Entretanto, as circunstâncias voltarão a surgir, com destaque para a CAN'2008 e para o draft da MLS que se realizou há duas semanas.

Para já, fiquem com o espectáculo do continente africano...

VÉLEZ SARSFIELD
A falta de uma referência

O campeonato argentino é pródigo em tridentes que fazem a diferença. Dois avançados e uma "muleta" de luxo são esquemas utilizados em grande parte das equipas, propiciando-nos os últimos campeonatos vários tridentes de luxo. O Boca tem Riquelme-Palacio-Palermo, o River teve Ortega-Farías-Higuáin (o lugar de Ortega podia ser desempenhado por Gallardo ou Belluschi), o Racing teve Morález-Sava-Bergessio, o Estudiantes Verón-Calderón-Pavone e, por último, o Vélez Sarsfield contava com Escudero-Castromán-Zárate.

Qual a razão para uma introdução tão longa? Simples. Nenhuma delas sofreu tanto com o desmembramento do tridente como o Vélez. Castromán saiu para o México, Zárate para o Qatar e Escudero... Escudero perdeu-se. Iniciou o campeonato com golos que deram vitórias, mas desde aí ficou esquecido. Campeão do mundo de Sub'20 no Canadá, Escudero provocou o eclipse do Vélez.

O "cowboy" Ricardo La Volpe pegou na equipa e tentou espremer algo, apostando em Escudero, mas quando Damián falhou houve poucas alternativas. 10.º lugar com 27 pontos, 8 vitórias, 3 empates e 8 derrotas.

Contra os "grandes dos grandes", River e Boca, o Vélez saiu goleado por 9-0 (5 com o River e 4 com o Boca) e La Volpe ficava chamuscado. Em ambos os casos, foram as equipas de La Plata, Estudiantes e Gimnasia, a salvarem La Volpe. E foi assim a época inteira...vitórias atrás de derrotas seguidas por derrotas.

Escudero (3 golos) desapareceu no início e acabou por ser Gustavo Balvorín a chegar para as encomendas (5), apesar de Tanque Silva, ex Beira-Mar, também ter marcado por três vezes.

O diabólico Ramón Ocampo ainda não conseguiu ter a sua época de explosão, participando em apenas 9 jogos.

Jogadores a reter:
Mario Méndez e Mariano Uglessich (defesas), Ramón Ocampo, Damián Escudero, Victor Zapata e Sergio Sena (médios) e Gustavo Balvorín (avançado)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

TIGRE
Revelação felina

O Tigre foi, sem qualquer margem para dúvidas, a grande revelação do campeonato. Se o River Plate desiludiu na época inteira, o Independiente quebrou a meio do campeonato e o Boca Juniors parece estar talhado para ficar entre os primeiros dos últimos, o Tigre de Diego Cagna, antiga glória do Boca Juniors, fez um campeonato sensacional terminando no segundo lugar e com legítimas aspirações pelo título até à ultima jornada.

Subindo este ano, a equipa teve um início fraco com uma vitória, um empate e duas derrotas. No entanto, a partir daqui, o Tigre parece ter encontrado o tónico necessário para um grande campeonato somando três vitórias consecutivas, registo que viria a repetir já perto do final.

Os grandes jogos que todas as equipas anseiam quando sobem foram motivo de festa. As recepções a River Plate e Boca Juniors terminaram com vitórias por 4-1 e 2-1, respectivamente.

O grande destaque desta equipa será indiscutivelmente o avançado Leandro Lázzaro. Com 10 golos em 18 jogos, o possante ponta-de-lança contribuiu de forma decisiva para muitos dos triunfos, dando no entanto a entender que seria difícil à equipa mantê-lo para o campeonato seguinte. Assim foi. No Clausura, Lázzaro vestirá as cores rubro-negras do Estudiantes La Plata.

A força física e capacidade de Lázzaro foram completamentadas na perfeição pelo segundo avançado, Nestor Ayala. Com nome "famoso", Nestor cumpriu apontando sete golos em treze jogos.

Jogadores a reter:
Daniel Islas (guarda-redes), Rusculleda (médio), Nestor Ayala e Leandro Lázzaro (avançados)

SAN MARTÍN
Irregularidade em ano de regresso

O San Martín de San Juán regressou esta época ao escalão principal, mas corre o sério risco de descer, caso não corrija o desempenho no próximo Clausura. Para já é a única equipa que parte para o campeonato com um "promedio" abaixo de 1 ponto por jogo, mas fazer a média final a 38 jogos poderá ser uma decisiva vantagem. Fazer 25, 26 pontos poderá ser suficiente.

Com cinco vitórias no campeonato, a equipa orientada por Fernando Quiroz não esquecerá o triunfo diante do River Plate (1-0 com golo de Brusco). Aliás, as vitórias alcançadas pelo San Martín tiveram quase todas um denominador comum: Tonelotto, um dos cabeceadores mais temíveis do campeonato, marcou em quatro das cinco vitórias, enquanto Brusco "molhou a sopa" em três triunfos.

Não será por isso de espantar que o avançado Tonelotto (8 golos) e o defesa Brusco (5) tenham sido os melhores marcadores de uma equipa que apontou apenas 18 golos.

O guarda-redes César Monasterio foi o único totalista no campeonato, sendo também o único que participou em todos os jogos.

Jogadores a reter:
Ariel Agüero e Sebastián Brusco (defesas), Gabriel Roth (médio) e Luis Tonelotto (avançado)

SAN LORENZO
Às costas da glória passada

O San Lorenzo entrou no Apertura de 2007 com as costas largas, não fosse a vitória no campeonato anterior. Com Ramón Díaz no comando, a equipa onde Acosta foi figura de proa, o San Lorenzo teve um campeonato muito irregular, acabando no 8.º lugar a nove pontos do campeão Lanús.

Obrigado a fazer rectificações no plantel depois de algumas saídas após o título, o San Lorenzo tinha capacidade de fazer muito mais. Ramón Díaz esteve de pedra e cal no comando da equipa, enquanto o reforço Bernard Romeo foi o mais produtivo, acabando o campeonato com 5 golos marcados, a segunda melhor marca da equipa.

O melhor marcador foi, sem surpresas, o avançado Andrés Silvera. Na ausência de Lavezzi, actualmente no Nápoles, Silvera confirmou as boas indicações deixadas nos últimos anos e foi um dos melhores marcadores do campeonato.

Conseguiu ganhar os dérbis contra Independiente e Racing, este último foi mesmo um dos jogos mais espectaculares da época, empatou com o River e saiu derrotado da partida com o Boca.

Jogadores como Botinelli, Osmar Ferreyra ou Hirsig continuaram a formar a espinha-dorsal do plantel.

Jogadores a reter:
Augustín Orión (guarda-redes), Botinelli (defesa), Osmar Ferreyra e Hirsig (médios), Bernard Romeo e Andrés Silvera (avançados)

ROSARIO CENTRAL
Duas vitórias apenas

O "Central", como é conhecido na Argentina, teve um campeonato para esquecer e é um forte candidato à descida no próximo Verão (o português). Lanterna-vermelha praticamente do início ao fim, a equipa de Rosario conquistou apenas duas vitórias no campeonato, terminando o Apertura com 14 pontos.

As duas vitórias, sobre Newell's Old Boys e San Martín, foram ambas pela margem mínima e bastante sofridas. Nos oito empates destacam-se os alcançados na Bombonera e Monumental, diante de Boca Juniors e River Plate.

Carlos Ischia, o actual treinador do Boca Juniors (quem diria que os resultados desportivos alcançados no Central dariam nisto?), comandou a equipa até à 14.ª jornada, sendo depois sucedido por Hugo Galloni.

A nível individual o destaque só pode ir para José Vizcarra, autor de quase 50 por cento dos tentos alcançados pelo Central (9 em 21). O outro avançado, Martín Arzuaga marcou três golos, entre os quais o decisivo na vitória no terreno do Newell's Old Boys, a primeira da época.

Muito pouco para a equipa que perdeu Angel Di María e Andrés Díaz nas primeiras jornadas.

Jogadores a reter:
Emiliano Papa e Ronald Raldes (defesas), Damián Ledesma (médio) e Martín Arzuaga e José Vizcarra (avançados)

RIVER PLATE
Campeonato humilhante

Não tivesse acontecido a vitória por 2-0 no Superclásico e o desempenho do River Plate teria sido o mais humilhante dos últimos anos. Em 20 equipas, os Millionarios ficaram no 14.º lugar com 6 vitórias, 5 empates e 8 derrotas: 31 golos marcados e 33 (!) sofridos.

Daniel Passarella nunca conseguiu encontrar o real equilíbrio para a equipa e a vedeta Fernando Belluschi alternou o fabuloso com o reprovável. De resto, o colombiano Radamel Falcao ainda deu algum brilho devido à veia goleadora evidenciada na Taça Sul-Americana, onde o River acabou eliminado nas meias-finais pelo Arsenal de Sarandí, futuro vencedor.

Terminando o campeonato com quatro derrotas consecutivas, o River Plate sofreu quatro golos em três jogos: derrotas por 1-4 nos terrenos de Tigre e Argentinos Juniors e por 0-4 no terreno do Olimpo. Terminou ainda o campeonato com 270 minutos consecutivos sem conseguir marcar qualquer golo.

Ainda assim Daniel Passarella manteve-se no comando técnico da equipa até à 16.ª jornada, altura em que achou ser o momento certo para sair. Jorge Gordillo não conseguiu fazer melhor, mas a época estava perto do fim. Para trás ficaram apenas Colón, Olimpo, as duas Gimnasias, Rosario Central e San Martín (SJ).

Além dos já referidos Fernando Belluschi e Radamel Falcao, destaque ainda para o lançamento do jovem Diego Buonanotte. Surpreendendo pela forma como conseguiu integrar-se, foi um dos melhores elementos no Superclásico e é a grande esperança no próximo campeonato. Augusto Fernández e o chileno Alexis Sánchez também prometem, mas a irregularidade e as lesões, respectivamente, impediram uma melhor época.

Jogadores a reter:
Carrizo (guarda-redes), Villagra (defesa), Augusto Fernández, Fernando Belluschi, Diego Buonanotte e Leo Ponzio (médios) e Radamel Falcao e Alexis Sánchez (avançados)

RACING
Só Sava não chega

Falar do Racing no Apertura 2007 e não falar do avançado Facundo Sava é uma profunda heresia. Na primeira metade do ano fazia dupla com o agora benfiquista Gonzalo Bergessio e eram apoiados pelo volante Maxi Morález. Em apenas dois meses, Sava perdeu os apoios. Um para Lisboa, outro para Moscovo.

Se Sava voltou a repetir a fórmula (8 golos em 17 jogos) o 12.º lugar do Racing com apenas 25 pontos em muito se ressente do desacompanhamento que Sava teve no ataque, já que Bergessio tinha apontado seis golos e Morález tinha juntado três golos a inúmeras assistências.

O Racing tentou resolver a lacuna atacante com a contratação do experiente Claudio López. Na verdade, Claudio nem desiludiu (5 golos), mas não conseguiu encontrar a simbiose que existia antes.

Conhecidos por La Academia, devido à frequência com que lançam jogadores jovens no escalão principal, os destaques serão necessariamente os mais jovens, apesar de Sava, López ou mesmo o guarda-redes Hilario Navarro.

Claudio Yacob e Gabriel Mercado ainda não tiveram a época de explosão que se esperava, mas tudo indica que 2008 possa ser um ano diferente. Até lá, o futebol do Racing continuará a ser agradável nos dias bons e desesperante nos dias normais.

Jogadores a reter:
Hilario Navarro (guarda-redes), Gabriel Mercado e Gustavo Cabral (defesas), Claudio Yacob (médio) e Facunda Sava (avançado)

sábado, 19 de janeiro de 2008

OLIMPO
O Beira-Mar da Argentina

O Olimpo de Bahia Blanca, que carinhosamente trato pelo Beira-Mar da Argentina devido às cores partilhadas pelas duas equipas, teve um regresso razoável à primeira liga. Com uma classificação satisfatória (16.º em 20), a equipa conseguiu recuperar depois de um início terrível: três empates e sete derrotas nas primeiras dez jornadas.

Mais uma vez, acabou por ser a chicotada psicológica de Guillermo Rivarola a fazer a diferença. Na 12.ª jornada Roberto Saporiti pegou na equipa e conseguiu 13 dos 22 pontos com que a equipa terminou o campeonato.

O destaque individual vai, e só poderia ir, para o avançado Josemir Lujambio. Foi dos melhores da equipa na fase negra e, quando a equipa começou a recuperar, também esteve sempre presente. Marcou quatro golos, mas contribuiu das mais variadas formas para ajudar a equipa a evitar os últimos lugares da tabela.

Curiosidade nesta equipa é a presença do guarda-redes Navarro Montoya. Este colombiano de 41 anos é recordado como um dos melhores guarda-redes de sempre do Boca Juniors, mas a época não lhe correu de feição devido a uma grave lesão no joelho.

A vitória por 4-0 sobre o River Plate, em casa, foi o momento alto do campeonato.

Jogadores a reter:
Salvador Martínez (médio) e Josemir Lujambio (avançado)

NEWELL'S OLD BOYS
Vida para lá de Cardozo

O avançado do Benfica, Óscar Cardozo, esteve apenas uma época no Newell's Old Boys (dois campeonatos), mas nem isso fez com que tivesse deixado uma marca difícil de superar: 21 golos em 33 jogos.

Não sendo uma equipa com grandes recursos e habituada a almejar grandes objectivos no campeonato, a saída de um ponta-de-lança com esta veia goleadora traz preocupações acrescidas. Ainda assim, o Newell's Old Boys conseguiu o 11.º lugar do campeonato à frente de, por exemplo, River Plate, Racing ou mesmo o vencedor da Sul-Americana, o Arsenal.

Com três treinadores durante a época (Pablo Marini 1-9, José Machetti como interino e Caruso Lombardi a partir da 12.ª jornada), a equipa chegou a atravessar uma série de seis jornadas sem vencer.

A ausência de Cardozo não foi colmatada, havendo uma larga lista de marcadores que distribuíram entre si a responsabilidade de marcar e dar pontos à equipa. Alejandro da Silva foi o melhor, ainda assim, com 25 por cento dos golos. Pior será se se verificar que Da Silva apontou apenas 4 golos e a equipa ficou-se pelos 16.

Na defesa, o patrão German Ré foi o suporte durante toda a época, enquanto Rolando Schiavi (ex-Grémio), Matías Donnet e Santiago Salcedo foram os mais utilizados no meio-campo. Claudio Husaín, outrora um jovem promissor, foi utilizado em apenas sete jogos.

Jogadores a reter:
German Ré (defesa), Rolando Schiavi, Matías Donnet e Santiago Salcedo (médios) e Alejandro da Silva (avançado).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

LANÚS
O título histórico

O Lanús é uma equipa que marca frequentemente presença na primeira metade da tabela, conseguindo presenças nas competições internacionais. Fundado em Janeiro de 1915, nunca conseguiu ganhar um título relevante a nível interno até ao presente ano. Aproveitando a quebra do Independiente e irregularidade do Boca Juniors, a equipa fez história, conseguindo uma recta final brilhante. Marca presença na primeira divisão desde 1993.

Denis Caniza, Nestor Fabbri, Ariel Ibagaza, Hugo Morales, Carlos Roa ou Gabriel Schurrer são alguns dos jogadores mais conhecidos que já passaram por uma equipa onde joga agora o bem conhecido dos portugueses Carlos Bossio.

Treinado por Ramón Cabrero, o “granate”, como também é conhecido, tem na sua principal figura o possante avançado José Sand (27 anos). Da mesma escola de avançados como Gonzalo Bergessio, Leandro Lázzaro ou Ernesto Farías, Sand foi o melhor marcador da equipa com 15 golos, decisivo na parte final.

Na situação de apoio há Santiago Biglieri. Tem apenas 21 anos, mas a forma como se movimenta no último terço é impressionante, conseguindo descobrir linhas de passe onde mais ninguém as vê. É um “nove e meio” de luxo. Tem apenas 1.72 metros e é um jogador com características semelhantes às de Leandro Romagnoli, embora fisicamente seja mais forte.

No meio-campo, desponta ainda o médio Lautaro Acosta, campeão do Mundo de sub-20 no Canadá. Não sendo alto, desequilibra pela rapidez de pensamento e execução, bem como pela velocidade de arranque.

O Lanús é uma das equipas com menor média de idades, embora consiga ter jogadores que consigam contribuir com experiência. Para além de Sand e Bossio, há ainda Pelletieri e Ribonetto.

Jogadores a reter:
Carlos Arce (defesa), Lautaro Acosta, Leandro Benítez, Archubi e Pelletieri (médios), Santiago Biglieri e José Sand (avançado)

INDEPENDIENTE
Perder o gás

O Independiente foi a grande revelação do campeonato no início da época, mas acabou por perder o gás, terminando no 9.º lugar sem ter conseguido vencer qualquer dos últimos sete jogos. Nos últimos anos viu sair jovens promessas como Sérgio “Kun” Agüero ou Óscar Ustari para Espanha, mas ainda assim conseguiu formar uma equipa sólida, com boas individualidades que lhe permitiram liderar o campeonato durante várias jornadas.

Fundado em 1905, o Independiente faz parte dos fundadores da liga pré-profissional e é um dos cinco grandes do futebol argentino juntamente com River Plate, Boca Juniors, Racing e San Lorenzo, embora a grande rivalidade seja mesmo com o Racing, visto serem duas equipas de Avellaneda.

Sendo um dos grandes, os grandes jogadores ao longo da história têm passado naturalmente pelo clube, embora Burruchaga acabe por ser a grande referência no passado. Mais recentemente, a equipa contou com Gabriel Milito, Estebán Cambiasso, Diego Forlán e Insúa, para além dos já falados Agüero e Ustari.

No entanto, mais do que os jogadores que já passaram pelo clube, há de destacar um que já foi grande adepto. Quando era novo, o astro Maradona frequentava assiduamente as bancadas do Libertadores da América com o tio: um fanático pelo “Rojo”. Dessa forma, mesmo antes de Argentinos Juniors ou Boca Juniors, terá sido o Independiente o grande clube daquele que ficou conhecido como um dos melhores, se não o melhor, jogador do Mundo.

O avançado Germán Denís foi o grande destaque da temporada ao apontar 18 golos, chegando mesmo a ameaçar a melhor marca de sempre de Martín Palermo (20).

No entanto, Denís não é o único destaque. O avançado está bem apoiado por Daniel Montenegro (formado na equipa, mas que já passou pelo River Plate) e Ismael Sosa, considerado pela crítica como o novo Caniggia.

Machin, Matheu ou o emprestado pelo FC Porto, Lucas Mareque, são outras figuras imprescindíveis no onze rojo.

Jogadores a reter:
Matheu (defesa), Montenegro e Machin (médios), Ismael Sosa e Germán Denís (avançados)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

HURACÁN
A história de regresso à primeira

O Huracán foi fundado em 1908 e também faz parte do núcleo que formou a divisão pré-profissional de futebol.

Vencedores de um título em 1973 (o único da era profissional), o Huracán é o grande rival do San Lorenzo. Há muito afastado da primeira divisão, chegou este ano ao campeonato principal e quer por lá continuar.

Na história contou com grandes jogadores, sendo que Di Stéfano salta imediatamente à vista. Além do hispânico-argentino, destaque ainda para Osvaldo Ardiles (actual treinador da equipa), Alfio Basile (seleccionador nacional), Hector Cúper (treinador do Betis) ou mesmo o recordista de golos em Portugal Hector Yazalde ou o actual jogador do FC Porto Lucho González.

A grande particularidade do clube, que salta imediatamente à vista, é a presença de um jogador japonês. Com 21 anos, Kato Yakuse aventura-se nos relvados argentinos ou, pelo menos, tenta, já que fez apenas um jogo.

Destaca-se ainda a presença de dois jogadores que já passaram pelos relvados portugueses. Federico Nieto, ex-avançado do Estrela da Amadora, e Damián Nieto, que teve uma passagem fugaz pelo Benfica B.

De resto, Andrés Franzóia, formado no River Plate, com 22 anos, é capaz de ser o principal destaque da equipa. Franco Mendoza é a referência ofensiva, sendo o melhor marcador até ao momento com seis golos em 17 jogos.

Jogadores a reter:
Christian Cellay (defesa), Andrés Franzóia e Federico Poggi (médios) e Franco Mendoza (avançado)

GIMNASIA JUJUY
O fiel representante do Norte

É o clube mais a Norte no campeonato argentino. Sem grandes tradições no futebol argentino de primeira divisão. Orientado por Mario Gomez até à 15.ª jornada, sendo depois substituído por Carlos Ramaciotti, o Gimnasia de Jujuy não teve grandes destaques no passado, embora seja de realçar a época em que Julian Kmet, outrora jogador do Sporting, actuou na equipa fundada em 1931.

A nível individual também não há grandes destaques. No campeonato a equipa luta pela permanência. No entanto, é de salientar o recente bom momento da equipa, que parece ter conseguido fugir dos últimos lugares do Apertura.

Osvaldo Miranda e César Carranza formam a dupla de avançados com quatro golos cada. Miranda, formado na “La Academia” (Racing Club) tem 23 anos e também já passou por Independiente e Godoy Cruz.

O Gimnasia Jujuy não tem grande capacidade para formar talentos e, talvez por isso, seja uma das equipas com média de idades mais altas.

O guarda-redes Valdiviezo e os médios Ramasco e Quinteros são os outros “imprescindíveis” de Mario Gomez.

Destaque ainda para a presença da antiga promessa do futebol argentino Mario Turdó, que foi frequentemente falado para reforçar os grandes em Portugal.

Jogadores a reter:
Hector Desvaux (defesa), Dario González (médio) e Osvaldo Miranda (avançado)

GIMNASIA Y ESGRIMA DE LA PLATA
Na sombra dos "estudantes"

É, a par do Quilmes, o clube mais antigo do futebol argentino ainda em actividade, fundado em 1887.
Durante grande parte da história foi um clube mais forte que o rival Estudiantes, mas desde a década de 70 a tendência tem-se invertido, dando azo a uma das mais perigosas rivalidades do futebol sul-americano.

Na época passada, quando Estudiantes e Boca Juniors disputavam o título, surgiram boatos que os líderes da claque do Gimnasia ameaçaram os próprios jogadores para que, caso estes não perdessem com o Boca Juniors, acabariam o dia com as pernas partidas.

O Gimnasia foi das primeiras equipas a mudar de técnico este ano. Maturana desiludiu nos primeiros jogos e Julio César Falcioni foi chamado para orientar uma equipa que vive um período muito semelhante ao do Colón: marca presença nos campeonatos, mas nunca consegue surpreender ou fazer algo mais do que o habitual.

Roberto Salvatierra, médio contratado ao Banfield no princípio da época assume lugar de destaque na direita do meio-campo, sendo um dos poucos jogadores a marcar mais de um golo.

Ainda assim, sem fazer um campeonato brilhante, o Gimnasia tem uma defesa forte e sofreu apenas oito golos nos primeiros dez jogos, sendo, na altura, a melhor defesa do campeonato, apesar de ocupar o 16.º lugar. No entanto, nos nove jogos restantes sofreram 18. Cristian Cejas (32 anos e com vários passagens por clubes italianos com destaque para a Fiorentina) é o responsável por guardar as redes, enquanto Federico Domínguez, ex-River Plate, é o jogador mais conhecido da defesa, actuando na esquerda.

No meio-campo, além de Salvatierra, há ainda o chileno Ormeño. No ataque, destaque para Luciano Leguizamón.

Jogadores a reter:
Cristian Cejas (guarda-redes), Federico Domínguez (defesa), Roberto Salvatierra (médio) e Luciano Leguizamón (avançado)

ESTUDIANTES LA PLATA
Em defesa do título

À semelhança de muitos, o Estudiantes de La Plata tem origem inglesa. Situado em La Plata, a norte de Buenos Aires, a equipa logrou a conquista do Apertura de 2006, depois de não vencer qualquer título desde 1983. O ex-internacional argentino, ainda treinador, Diego Simeone foi o grande obreiro numa equipa que pontificava Juan Sebastián Verón.

Fundado em 1905 depois de se ter separado do Gimnasia y Esgrima, dando início a uma enorme rivalidade que ainda dura. Ao longo dos anos tem tido várias referências, sendo a mais curiosa a de Juan Ramón Verón, mais conhecido por La Bruja.

Ligado directamente a um dos títulos da Libertadores, Juan Ramón é pai de Juan Sebastián, mais conhecido no futebol internacional e com a alcunha de La Brujita em homenagem ao pai. Há ainda Carlos Bilardo, Miguel Russo (actual treinador do Boca Juniors) e Martín Palermo.

Na baliza, Mariano Andújar, com uma passagem prévia pelo Palermo, tem sido o dono do lugar nas últimas épocas, beneficiando ainda do longo entendimento que já tem com Angeleri, lateral-direito, e Alayes, central. Há ainda o outro central, Desábato e Pablo Álvarez, oriundo do Boca Juniors que tem sido o dono do lado esquerdo.

No meio-campo surge Verón (32 anos) como pedra fundamental da estratégia de Simeone. Além de La Brujita, há Leandro Benítez (um insubstituível), Ivan Moreno y Fabianesi, contratado ao Vélez e com uma passagem fugaz pelo FC Porto e Pablo Piatti, jovem de 18 anos que tem sido o grande elemento de ligação entre o meio-campo e o ataque.

Diego Galván, decisivo no título de 2006, não jogou desde o seu regresso do River Plate.

No ataque, Pavone saiu para o Betis, Calderón para o Arsenal Sarandí, restando agora apenas Pablo Luguercio e Ezequiel Maggiolo, apesar de ser o jovem Marcos Pirchio (21 anos) que mereceu mais a confiança de Simeone no início da época, acabando por perder influência. Maggiolo, Piatti e Verón acabaram o campeonato com 4 golos, máximo da equipa.

Jogadores a reter:
Pablo Álvarez (defesa), Pablo Piatti e Lucas Wilchez (médios) e Marcos Pirchio (avançado)

COLÓN SANTA FÉ
Histórico sem sorrisos

O Colón é um exemplo de um clube histórico argentino que não tem tido grandes motivos para sorrir ultimamente. Sem ter um grande palmarés, a sua fundação remonta a 1905.

O treinador é um histórico do futebol argentino: Leonardo Astrada. Como jogador fez quase toda a carreira ao serviço do River Plate e foi lá que se estreou como treinador, conseguindo conquistar um título, curiosamente o último da equipa millionaria.

A nível individual há alguns jogadores que se destacam. No meio-campo, o colombiano Freddy “Totono” Grisales, assume o papel da criação de jogo, cabendo-lhe a primeira transição da defesa para o ataque, auxiliado depois por Emanuel Centurión.

No ataque, o reforço Dario Gandín, contratado ao Gimnasia de Jujuy, foi o principal destaque, sagrando-se o melhor marcador da equipa com seis golos.

Ao lado de Gandín, esperava-se que Ismael Blanco fosse uma mais-valia, especialmente depois de ter feito 28 golos na época anterior ao serviço do Olimpo, mas fez apenas um jogo.

Destaque ainda para o histórico Martín Cardetti, ex-melhor marcador do River Plate no começo da década. Terminou o campeonato com um golo em oito jogos.

Jogadores a reter:
Germán Rivarola (defesa), Freddy Grisales, Emanuel Centurión e Sebastián Romero (médios) e Dario Gandín (avançado)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

BOCA JUNIORS
Mais um campeonato para esquecer

É um clube que dispensa apresentações. A par do AC Milan, era o que mais títulos internacionais tinha até ao Mundial de Clubes (17). A nível interno conta com 22 campeonatos. No passado, é uma heresia não falar no astro Diego Maradona, mas outros nomes pontificaram também: Hugo Gatti (dos melhores guarda-redes da história xeneize), Diego Latorre, Batistuta, Diego Cagna, Riquelme, Cannigia, Verón ou mais recentemente Gago, Tévez e Insúa.

Martín Palermo tem 176 golos e é o quarto melhor marcador da história depois de Roberto Cherro, Francisco Varallo e Domingo Tarasconi, todos das décadas de 20 e 30. No histórico dos jogos contra o grande rival, o River Plate, o clube fundado em 1905 por italianos, tem 65 vitórias, 61 derrotas e 55 empates (total de 181 jogos).

Miguel Russo foi o treinador no último campeonato, mas não conseguiu voltar a conquistar um título interno que fugiu com as conquistas de Estudiantes e San Lorenzo.

A nível individual, várias são as figuras. Hugo Ibarra, lateral-direito que actuou no FC Porto, é um dos jogadores mais experientes e influentes no onze xeneize, bem como o central Jonatan Maidana (22 anos).

No meio-campo, com a saída de Riquelme, procurou-se com insistência o sucessor. Como pivot do meio-campo surge o campeão do mundo de sub-20 Ever Banega que agarrou o lugar desde que Fernando Gago saiu para Espanha. Depois, são vários os jogadores que vão rodando na sua frente. Pablo Ledesma foi um dos principais destaques no início do Apertura. Actuando ao lado de Banega, sai a jogar para a frente e apoia os avançados na zona de remate. Com 6 golos foi o segundo melhor marcadores da equipa.

Outro jovem em destaque é Jesús Dátolo. Dátolo chegou ao Boca oriundo do Banfield e tem agarrado o lugar, superando Neri Cardozo, um canhoto que promete muito, mas que teve pouco espaço este ano. Depois, há ainda o experiente Battaglia, com uma passagem pelo Villarreal, e Leandro Gracián, contratado para substituir Riquelme, mas que não conseguiu afirmar-se definitivamente.

No ataque a dupla Palacio-Palermo é sinónimo de golos. Palermo é dos melhores marcadores de sempre da história do clube, enquanto Palacio, também oriundo do Banfield, tem desiludido no último ano, muito por culpa das lesões. Já com 25 anos, começa a ser tarde para chegar à Europa.

No banco há ainda as opções Mauro Boselli (jovem de 22 anos promissor e com uma média de um golo a cada dois jogos) e Marcos Mondaini, também de 22 anos. O último reforço a chegar foi o bem conhecido dos portugueses, o uruguaio Carlos Bueno, entretanto dispensado.

Jogadores a reter:
Matías Silvestre, Jonatan Maidana e Gabriel Paletta (defesas), Ever Banega, Jesús Dátolo, Neri Cardozo e Pablo Ledesma (médios) e Rodrigo Palacio, Martín Palermo e Mauro Boselli (avançado)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

BANFIELD
3.º lugar promissor

É uma das equipas mais antigas no futebol argentino (1896) e, à semelhança de Rosario Central, Newell’s Old Boys, Quilmes e Estudiantes tem origem britânica.

Na história não contou com grandes jogadores históricos, à excepção do carismático Ricardo La Volpe, campeão mundial em 1978, mas nos últimos anos tem contado com grandes jogadores: Javier Zanetti, Mauro Camoranesi, Daniel Bilos, Jesus Dátolo, Júlio Cruz e Rodrigo Palacio.

Actualmente é treinado por Juan Manuel Llop que, depois da má época no ano passado e a irregularidade apresentada este ano, acabou por conquistar um brilhante 3.º lugar.

A nível individual apresenta alguns casos curiosos, começando pela baliza. Christian Luchetti é o dono das balizas... e das grandes penalidades. A equipa dispôs de seis grandes penalidades e foi sempre Luchetti a tentar converter. Conseguiu quatro golos e nas outras duas só nas recargas.

No meio-campo, Cristian Maidana, pertencente a uma família numerosa de jogadores, é imprescindível no lado direito, bem como Broggi no lado esquerdo da defesa e Barrales no ataque, que demorou a acertar com a baliza contrária (4 golos). Ainda assim não deixa de ser motivo de destaque que um jovem de 20 anos assuma já tal importância no ataque. No que toca a golos, Luchetti foi mesmo o melhor marcador, a par de Dario Cvitanich com seis golos.

A grande desilusão dá-se no ataque. Pablo Vitti, jogador de 22 anos, é um dos mais promissores do futebol argentino, mas não tem conseguido confirmar as previsões e Llop não lhe tem dado muitas oportunidades. Ainda por cima, com os maus resultados no início da época, decresceu o espaço para apostas. Fez apenas quatro jogos.

Curiosamente, os imprescindíveis de Llop parecem ser todos jovens, já que Maidana também tem apenas 20 anos. Só Ariel Broggi já tem 24 anos.

Jogadores a reter:
Christian Luchetti (guarda-redes), Ariel Broggi e Marcos Galarza (defesas), Cristian Maidana, (médio), Cvitanich e Barrales (avançados)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

ARSENAL SARANDÍ
Ano para a história

O Arsenal é um dos clubes mais recentes na Argentina, pelo menos nos que fazem parte do escalão principal. Foram fundados em 1957. Júlio Ricardo Grondona é o actual presidente de um clube que foi fundado pelo pai e pelo tio e que foi baptizado em homenagem ao Arsenal de Londres. O maior feito da história chegou no final de 2007 com a conquista da Taça Sul-Americana frente ao América do México.

É um clube bastante modesto a nível de palmarés e tem poucas participações no escalão máximo. A vitória sobre o Rosario Central (4-1) é a maior, enquanto a maior derrota foi com o River Plate (1-5). A maior referência foi Jorge Burruchaga, internacional argentino que até há bem pouco tempo treinava a equipa.

Actualmente treinada por Gustavo Alfaro, o Arsenal vive o melhor momento da história com boas classificações e presenças em competições internacionais.

A nível individual, o veterano José Luis Calderón (36 anos) é a grande referência, fazendo ainda a diferença no ataque. Costuma contar com o apoio de Leonardo Ulloa, um jovem de 21 anos proveniente do San Lorenzo e pelas breves aparições do outrora promissor Leonadro Biagini, ex-Atlético Madrid.

No meio-campo, é Martín Andrizzi quem tem a responsabilidade de organizar o jogo da equipa. Experiente, com 31 anos, Andrizzi tem um passo que inclui passagens pelo Boca Juniors, Estudiantes e Lanús. Já na defesa, Anibal Matellan ainda não conseguiu confirmar as credenciais que o fizeram passar por Schalke 04, Getafe e Gimnastic depois de sair do Boca Juniors.

No entanto, o sector mais recuado conta com a imponência de Casteglione e com o experiente Christian Díaz (ex-Udinese, Mallorca, Levante, Albacete e Murcia).

É uma das equipas mais experientes e com maior média de idades no plantel. Além do já referido Ulloa, os jovens com oportunidades contam-se pelos dedos. Destaque para o médio Alejandro Gomez (19 anos) e o defesa uruguaio Gaston Filguira (21 anos).

Jogadores a reter:
Carlos Casteglione (defesa), Israel Damonte e Martin Andrizzi (médios) e Calderón e Ulloa (avançados)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

ARGENTINOS JUNIORS
A herança de El Pibe Maradona

O Argentinos Juniors é uma equipa com tradição no futebol argentino e foi de lá que saíram talentos como Maradona, Redondo ou Riquelme, chamando-se o estádio inclusivamente Diego Maradona. O astro é mesmo o melhor marcador de sempre da equipa com 116 golos entre 1976 e 1980.

A maior vitória foi aplicada ao Talleres (12-0) e a maior derrota foi com o Independiente (1-8). Em 2134 jogos, ganhou 643, empatou 656 e perdeu 834. Foi fundado em 1904 e é uma das equipas fundadoras da liga profissional.

Sem grandes sucessos, é uma equipa que já se tornou habitual no campeonato. Actualmente é treinada por Néstor Gorosito, um antigo criativo do San Lorenzo, conhecido como o companheiro inseparável de Alberto Acosta, antigo goleador do Sporting. No entanto, a época foi iniciado por Caruso Lombardi.

São uma equipa extremamente forte a jogar em casa e que conta com jogadores que conseguem fazer a diferença. Na frente de ataque, Alejandro Delorte (29 anos) é uma grande referência, fruto dos praticamente dois metros (1,99). É frequentemente usado como principal referência ofensiva, de forma a aproveitar o facto de ser um dos melhores cabeceadores do campeonato. No passado conta com passagens pelo Peñarol e uma passagem europeia no campenato italiano ao serviço do Brescia.

Ao seu lado, Gorosito tem variado entre o jovem formado no River Plate Gonzalo Abán (19 anos) ou Gabriel Hauche, este mais móvel e que também actua pelas linhas. Rápido, aproveita o 1.68 para dificultar a marcação ao adversário. Desta forma, Franco Niell tem vindo a perder espaço, ele que era um dos imprescindíveis em épocas anteriores.

No meio-campo, dois destaques: Roberto Battión e Álvaro Pereira. Presentes em quase todos os jogos (17 e 18), dão a força ao meio-campo. Battión actua pelo meio, bom no passe e surge nas imediações da área a tentar o remate, aproveitando também a compleição física (1.87), enquanto Álvaro Pereira actua preferencialmente pela ala esquerda. Pereira (21 anos) foi o melhor marcador da equipa com 7 golos. Cabrera, o centrocampista goleador contratado ao Olimpo (13 golos) ainda não conseguiu singrar completamente.

Na defesa, Sabia é o patrão e Navarro continua a ser o dono da baliza, apesar dos 22 anos.

Jogadores a reter:
Nicolás Navarro (guarda-redes), Juan Antonio Sabia (defesa), Roberto Battión e Álvaro Pereira (médios) e Alejandro Delorte (avançado).